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[Resenha/crítica pessoal] Maurício: a história que não está no gibi - Divagando Sempre

 

Olá leitores Divas e Divos. Hoje trago o desenhista mais amado do Brasil.






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Maurício conta sua história como toda autobiografia, desde sua infância, fala sobre a família, as dificuldades financeiras e acreditem, as dificuldades de conseguir um trabalho. Imagine Maurício pedindo emprego de desenhista em um jornal, que hoje seria a conhecida Folha de São Paulo e ouvisse isso:" desista menino. Desenho não dá dinheiro nem futuro para ninguém. Vá fazer outra coisa da vida". Ainda bem que Maurício não escutou esse cara e persistiu no seu sonho. 

Maurício também não conseguiu terminar a escola, um professor ao pegá-lo fazendo uma caricatura sua, nunca o perdoou e então sempre encontrava meios de repetí-lo. Mas isso não o impediu de continuar desenhando assim como o cara do jornal não o impediu após desencorajá-lo. Pelo contrário, Maurício conseguiu um emprego de copidesque nesse mesmo jornal. Seria um bom começo, já que também precisava de dinheiro. Depois foi promovido a jornalista. Mas seu sucesso começou mesmo quando passou a fazer tirinhas para o jornal. 

Mas nem tudo aconteceu de um dia para outro. Maurício enfrentou diversos problemas até conseguir ter a fama atual. Todos seus personagens são inspirados em familiares ou conhecidos. E apesar de tudo, enfrentou as dificuldades persistindo em seus ideais e conseguiu criar a turminha mais amada do Brasil. 



Ano de publicação 2017

Páginas 336

Autor/a Maurício de Souza 



Minhas divagações finais 

Como qualquer artista, para alcançar a fama, Maurício também enfrentou várias dificuldades. Embora a Turma da Mônica hoje seja famosa e querida, não alcançaram o sucesso da noite para o dia. O ponto inicial nem foi Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. Eles foram aparecendo com o tempo. 

As crianças dessa época com certeza aprenderam a ler com os gibis da turminha. Eu pelo menos fui uma delas. Lembro até hoje quando meu pai trouxe uma caixa cheia de gibis, mas tinha do Pato Donald entre outras que não me recordo. Só lembro que quando vi da Mônica, comecei a ler e me apaixonei. Hoje seria uma relíquia se tivesse esses gibis dos anos 80. 

A época que Maurício lançou a turminha, as editoras não acreditavam muito que as crianças gostassem de algo que não fossem quadrinhos do Batman e Superman. Eu particularmente não sou fã de quadrinhos, mas quando conheci a turminha, amei. Eu lia várias vezes o mesmo gibi e dava risada sozinha com eles. 

A história de Maurício é inspiradora porque não é só sobre como ser famoso e fazer dinheiro. Embora claro, ganhasse muito com a turminha, ele perdeu muito também com os negócios. E sua arte nunca foi visando só ganhar dinheiro, como todo artista, queremos que as pessoas apreciem nossa arte. E calhou que além de desenhar, Maurício também dava vida a seus personagens. Confesso que faz alguns anos que não leio mais gibis e notei que há sempre personagens novos. Alguns não conheço. E nunca li nenhum da Turma da Mônica jovem, mas já vi animações deles e amei. Falando em animações, o Cini Gibi da turminha é maravilhoso. 

A primeira animação deles que vi, foi na época de Natal que fizeram um filminho sobre uma estrelinha que caía no quarto da Mônica. Nunca consegui ver novamente. Mas eu esperava todo Natal para ver se passava na TV novamente. Hoje em dia é tudo mais fácil. Você pesquisa na Internet e pode encontrar os filmes em streaming. Acho que nos anos 2000, tinha uma página na Internet da Mônica com gibis e passatempos. Eu vivia ali relendo as historinhas. Mas infelizmente vamos crescendo, adquirindo mais responsabilidades e faz anos que não me sento para ler gibis. E é algo que fico completamente entretida.

E é como o Maurício escreveu em seu livro, a tecnologia avança e nós temos que nos adaptar a elas. Fazer desenhos para ele hoje não é como seu início, onde ele sozinho fazia tudo. Depois, conforme foi aumentando a demanda de pedidos, ele acrescentou mais 3 desenhistas com ele. Hoje, ele ainda aprova alguns desenhos e o Horácio é o único personagem que ele faz desde que começou a desenhar. De resto, seus filhos agora que tomam conta de tudo. Maurício poderia ter sido muito maior quando realmente estourou com a turminha, mas por questões de contrato que o jornal tinha com os quadrinhos americanos, não deixavam ele brilhar mais do que a concorrência. Demorou anos para Maurício escolher então sair e tentar outro lugar que oferecia o céu como limite e muito além. 

Aprendi com ele que embora se possa realizar sonhos, nem sempre é fácil mantê-los. Ele sabia desenhar, ele tinha criatividade de sobra, mas para conseguir que fosse espalhado para leitores, existe outros empresários e muita burocracia. Mesmo tendo talento, foi preciso paciência e perseverança. Fora que também teve muitas perdas financeiras. Mas no geral, caiu no agrado do povo e hoje tem a turminha mais amada do país. Teve perdas familiares também, como o divórcio da primeira esposa, que não aguentou a jornada de trabalho do marido, perdeu a segunda esposa que veio a falecer, teve um filho sequestrado. Mas sua família só aumentou assim como a da turminha. 

Uma curiosidade que eu sempre tive, foi sobre o fato do Cebolinha ter sapatos e Mônica, Magali e Cascão não. Felizmente Maurício esclarece esse mistério e é mais irônico do que eu poderia imaginar. No mais, eu já sabia que seus personagens foram inspirados em seus filhos, mas foi divertido ver ele contando como surgiram essas ideias. Obviamente como ser humano ele não foi perfeito, mas diferente dessas biografias bizarras de artistas que viveram da fama e de vícios, pelo menos Maurício teve uma vida mais saudável. Por fazer conteúdo infantil, pelo menos que eu saiba não teve nenhum escândalo em sua vida. E amei sua história como amo a Turma da Mônica. Recomendo conhecer sua trajetória e ler seus gibis. 





Nota pessoal 10/10

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