segunda-feira, 17 de novembro de 2025

[Review/crítica pessoal] 1974: La Posesión de Altair - Divagando Sempre

 

Olá Divosos do terror. Estamos quase chegando no fim da minha maratona de Halloween. Esse ano foi meio atrasado mas não poderia deixar de ver meus filmes de terror que aguardo o ano inteiro. Hoje trago esse filme que me surpreendeu.






A HISTÓRIA 

Manoel presenteia sua esposa Altair com um filhotinho de cachorro e passa a documentar vários momentos de seu dia a dia em família. No entanto, aos poucos coisas estranhas passam a acontecer, como uma chuva de pássaros negros que acabam mortos ao redor da casa, o desaparecimento do filhotinho, mas o pior de tudo é o comportamento de Altair, que passa a dizer que tem sonhado com anjos e seu comportamento fica completamente estranho. Sem saber o que fazer, Manoel pede a seu amigo Callahan para lhe ajudar ficando em sua casa gravando tudo em video o que achar importante. Com o comportamento de Altair piorando, Manoel pede ajuda de sua cunhada Tere, que inicialmente não quer se envolver nos problemas do casal, mas depois acaba revelando coisas do passado de Altair quando criança que pode explicar o que está lhe acontecendo agora. 










Ano de lançamento 2016

Duração 1h 22m

Direção Victor Dryere

Elenco Diana Bovio, Rolando Breme, Guillermo Callahan, Blanca Alarcón



Trailer 





Minhas divagações 

O maior desafio desse filme, foi não ter encontrado em português, então assisti em espanhol e dessa vez nem legenda tinha, então, pode ser que algumas coisas eu tenha deixado passar. Mas, o filme em si foi muito interessante. O tipo da filmagem foi o chamado Found footage, que já falei sobre como A Bruxa de Blair, Rec e o mais recente que vi Perdidos. São tipo de filmes gravados com câmeras como se os protagonistas estivessem fazendo suas filmagens caseiras e de algum modo desapareceram, sendo as filmagens encontradas depois. A possessão de Altair tem um toque diferente por ter sido filmada em 8mm.

Acompanhamos o casal em sua rotina feliz até que, inesperadamente Altair tem seu comportamento mudado, ficando mais calada e fazendo coisas estranhas. Não nego que esse tipo de filmagem dá uma agonia e um pânico tremendo, porque a cena não pega o local todo, então, quando a pessoa filmando passava pelos lugares tecnicamente assombrados, eu ficava apreensiva esperando um jump scare. A conclusão não foi grande coisa e confesso que me faltou maior entendimento da história, pois ainda fiquei com algumas perguntas na cabeça. Mas, no geral, foi um filme tenso e aterrorizante. 

Achei Manoel bem corajoso, pois mesmo sabendo das coisas estranhas e assustadoras que acontecia com Altair, ele ainda dormia tranquilamente ao seu lado e em qualquer situação que precisasse ele estava ao seu lado. Eu teria medo até de tocar na pessoa. Callahan em muitas ocasiões foi bem medroso, mas teve seus momentos surpreendentes. 

Como a história é contada sob o ponto de vista de Manoel,  sabemos o que ele foi descobrindo com a cunhada e o que ele passava ali com Altair. Teve momentos realmente assustadores e a atuação fez parecer ser muito real. Parecia mesmo uma filmagem caseira encontrada depois. Imagino que fica perguntas sem respostas porque esse tipo de filmagem não trás a história contadinha, pois vamos acompanhando os acontecimentos com Manoel. Assim como ele está descobrindo as coisas, descobrimos pouco com ele. Eu, precariamente entendi que Altair já havia passado por isso quando criança, mas o que desencadeou isso novamente ou o por que de ter acontecido antes, fiquei sem saber. No entanto, nada que estragasse a terrível experiência. A ambientação para os anos 70 está incrível. Talvez o final não seja o esperado e não agrade a todos, mas acho que é o padrão para esse gênero. 

Acho que as plataformas poderiam investir mais em filmes assim, de outras culturas, as vezes é surpreendente. E o terror em cada país tem seus próprios demônios. Mas enfim, recomendo pela experiência. Eu achei no YouTube para ver. 


Nota pessoal 8/10

sábado, 15 de novembro de 2025

[Review/crítica pessoal] Perdidos (2014) - Divagando Sempre

 

Olá Divosos do terror. Ainda continuando com a maratona, hoje trago um filme que apesar de ter potencial, foi bem fraquinho. 







A HISTÓRIA 

Em 2012, quatro estudantes, Lalo, Lucio, Daniela e Roman, vão a um prédio abandonado no centro do México, no bairro de Santa Maria La Ribera,  para fazer um documentário sobre manifestações sobrenaturais. O grupo instala câmeras em pontos estratégicos e circulam pelo local gravando a todo momento. Se dividem, se reúnem e chegam a conclusão que nada está acontecendo, mas um deles sem querer desistir, insiste em continuar gravando. Sons começam a ser ouvidos e uma porta que antes estava trancada, agora aparece aberta. O grupo acaba se perdendo um do outro e no fim das gravações, nenhum deles é mais visto. 










Ano de lançamento 2014

Duração 1h 33m

Direção Diego Cohen

Elenco Eduardo Montes, Daniela Mosca Steinhauer, Adrián Romero, Román Garcia, Carlos Romeno Cravioto, Orlando Moguel



Trailer 





Minhas divagações 

Bom, o meu maior desafio nesse filme, foi que como não tinha legenda em português, só em inglês ou espanhol, eu assisti no áudio original e legenda em espanhol. Foi bom para treinar meu espanhol e aprendi gírias e palavrões...

O filme em si, apesar de tentar fazer o mesmo que a Bruxa de Blair e Rec, que é o filme o tempo todo passado através das câmeras dos protagonistas, infelizmente não teve uma história muito boa. A Bruxa de Blair foi interessante por ser inovadora, parecia mesmo muito real e apesar que a primeira vez que vi passei mal por causa das câmeras, foi um bom filme. 

Perdidos deixou a desejar no quesito história. No início mostra o exorcismo, ou melhor, o áudio dessa sessão e aparentemente o demônio foi selado em uma caixa trancado atrás de uma porta (que convenhamos, não tinha segurança nenhuma né, uma corrente vagabunda, atrás de uma porta frágil, em um edifício abandonado?).

Não entendi exatamente os motivos do grupo terem ido justo nesse edifício abandonado, que me pareceu ser uma casa de banho, mas era enorme, pois pediram até um mapa para o rapaz que os deixaram entrar. O rapaz mostrou alguns lugares onde eles poderiam investigar e quando chega na porta trancada apenas diz que eles não devem mexer nela. Ou seja, é o mesmo que dizer, se estiverem curiosos podem entrar. Esse sujeito era no minimo suspeito. 

O grupo passa a noite no local instalando câmeras e passeando pelos andares. Quando uma câmera cai, um deles cético que poderia ter sido algo sobrenatural, acusa o outro de armar a pegadinha, sai discussão e seguem investigando. Deixaram a menina sozinha nos piores lugares. E no final, fica a questão, se o demônio estava preso atrás da porta, quem estava fazendo os barulhos? Quem abriu a porta para um deles encontrar o local? 

Confesso que levei uns sustinhos e a tensão era enorme em cada lugar que eles iluminavam no escuro esperando algo aparecer, mas fora os barulhos, o som da entidade, parecia mais um animal, como um tigre ali. O ambiente era bem propício para despertar medo, porém, acho que faltou trabalhar mais na história. Em vídeos de youtubers investigando lugares assombrados, embora nunca apareça nada, é mais assustador que esse filme. Além das câmeras, acho que poderiam ter usados mais aparelhos para entrar em contato com as entidades e sim, poderiam ter algumas confirmações de que havia algo ali. Mas poderia ter tido uma história mais curiosa acerca do local para que o grupo se interessasse em ir lá. E no final, poderia ter mostrado o caseiro voltando na manhã seguinte, encontrando as coisas do grupo que deixaram ali na entrada mas não encontrando nenhum deles. O modo como terminou ali foi muito insatisfatório. Tinha potencial para ter sido bem melhor. 

Mas, por mais que no fim muitos digam que foi ruim, acho que vale a experiência de ver por si mesmo. Apesar de ter achado fraco, é interesse ver outras culturas fazendo terror. Acho que as atuações poderiam ter sido melhores, não foram muito convincentes e os sons, não precisava ser um tigre rosnando. 


Nota pessoal 6/10

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

[Review/crítica pessoal] Lugares Amaldiçoados: Possessão - Divagando Sempre

 

Olá Divosos do terror. Terror japonês, por mais bizarro que possa parecer, muitas vezes são os melhores. 






A HISTÓRIA 

Yahiro Kuwata, um jovem operário, abandona seu emprego em Fukuoka decidido a seguir carreira na TV em Tóquio. Seu chefe lhe passa um contato então, para começar sua nova vida e assim ele conhece o Sr. Fujiyoshi, que se torna seu agente e influenciado por ele, para ter mais experiência no mercado de trabalho, ele passa a morar em casas estigmatizados, que seriam propriedade marcadas por tragédias e por isso seus preços são mais acessíveis. 

Em seu primeiro apartamento, ele consegue uma ponta em um filme e conhece uma jovem que também busca reconhecimento como atriz, chamada Karin. Após uma experiência sobrenatural, Yahiro vai mudando de casa e ficando mais famoso com seu programa sobre aparições sobrenaturais, porém, uma experiência traumatizante e quase fatal, o faz repensar se está no caminho certo. 

Karin o acolhe em sua casa e lá, ele descobre que também está assombrada, descobrindo assim o segredo de Karin. Yahiro a convence de que está tudo bem e decide levá-la junto com ele para visitar sua mãe que está doente. Ao tentar contatar Fujiyoshi para avisá-lo de sua ausência, ele acaba descobrindo que seu número de telefone não existe e que seu escritório estava fechado a anos. Assim, como era o plano de Fujiyoshi, Yahito também acaba descobrindo seu segredo e decide continuar morando em casas estigmatizadas e conhecer suas histórias.







Ano de lançamento 2025

Duração 1h 51m

Direção Hideo Nakata

Elenco Shota Watanabe, Kotaro Yoshida, Miku Hatta



Trailer 






Minhas divagações 

Filmes de terror japonês sempre acabam me deixando com uma sensação desconfortável no final, pois suas assombrações, por mais bizarras que possam parecer, são muito assustadoras. Um filme que senti muito medo foi O grito. Pode não parecer tão assustador, mas para quem morava no Japão e convivia com essas lendas e filmes de terror, pode ter certeza que eu sentia muito medo. Porém, continuava a ver os filmes. Depois desse, um outro filme marcante que nunca esqueci, foi Água negra. Confesso que amo filmes que tem histórias por trás de todo esse terror e pelo diretor ser o mesmo de O Chamado e Água Negra, pode ter certeza que Lugares Amaldiçoados teve terror e história por trás que por sinal, acabou fazendo muito sentido. 

Se prestar atenção, as vezes a conclusão de tudo pode estar ali desde o início, eu desconfiei de algumas coisas, aqui o caso parece muito com o filme O Sexto Sentido, a resposta estava ali desde o início, mas eu só percebi no final. Aqui, eu desvendei o mistério com uma fala específica de um personagem, que ficou meio óbvio depois. Com as visões de Yahiro, as vezes eu nem sabia quem era real, suspeitei até da Karin, mas como na filmagem onde se conheceram o diretor interagiu com ela, pensei que talvez ela tivesse morrido depois. Mas a resposta para tudo no final, foi até emocionante. 

Os fantasmas são bem típicos do terror japonês, como aparições femininas de cabelos longos ou imagens infantis. Crianças nesse gênero são tremendamente assustadoras. Yahiro foi um personagem que por aparentar ser tímido e querer entrar no mundo da mídia, teve uma personalidade calma e até bizarra, pois mesmo sabendo que morava em um local perturbador e mesmo tendo sido atacado, ele continuava ali e ainda sentia empatia pelos fantasmas. Como diz o Sr. Fujiyoshi, pessoas boas também podem atrair os fantasmas. 

Karin inicialmente parecia estranha, mas não sei se seria porque estava escondendo algo ou se estava possuída por algo em determinados momentos. Sua história foi triste, considerando o que ela passou na infância. Aquele homem que a agrediu mereceu seu final, se era para bater na menina, para que ele queria ficar com ela? A mãe também, já tinha abandonado a casa para ficar com outro homem, por que ia querer a guarda da filha a essa altura? Resultou naquela tragédia e o que aconteceu com a mãe?  

Eu, particularmente gosto de histórias com espíritos que contam seus motivos de estarem assombrando alguém ou acabar descobrindo como morreram. Cada casa que Yahito morou teve uma história e o mais sinistro é a reflexão de como a tragédia alheia atrai público, de como o medo vira um espetáculo. Mas a quebra do terror foi o final, que também mostra que as vezes os espíritos buscam ajuda para a conclusão de sua própria historia. 

E o mais fantástico de tudo, é como um filme pode transformar lugares comuns em lugares assustadores. Mas enfim. O filme em si foi muito bom, recomendo. Confesso que iniciei sem muitas expectativas mas acabei surpreendida no final. 


Nota pessoal 10/10

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

[Review/crítica pessoal] Post Mortem: Fotos de Além - Divagando Sempre

 

Olá Divosos do terror. Hoje trago esse filme Húngaro que retrata uma prática usada há muito tempo... porém, aqui, capta algo maligno. 






A HISTÓRIA 

Próximo do fim da Primeira Guerra Mundial, Tomas, foi considerado morto e jogado em uma vala comum, no entanto, um soldado mais velho vê que ele ainda está vivo e o retira de lá. Seis meses depois, Tomas trabalha como fotógrafo junto a uma caravana itinerante onde o soldado mais velho que lhe salvou conta a sua história para ganharem dinheiro. Tomas tira fotos de familiares enlutados lhes oferecendo a chance de uma última foto com seu ente querido falecido. Assim ele conhece Anna, que vê seu trabalho e lhe pede para ir visitar sua vila, onde está cheia de mortos. 

Tomas a reconhece como a imagem que viu de uma garota quando foi encontrado morto e acha que voltou a vida por ela. Ao vê-la ali, viva, ele decide deixar a caravana e vai até o vilarejo da menina. Anna tem 10 anos e é órfã, morando com sua tia doente. Em sua vila, houve muitas mortes devido a uma doença e com o frio, o solo congelado, não teve como enterrarem os mortos. Ao chegar no local, Tomas sente a hostilidade das pessoas e o medo que paira no local. 

Inicialmente Tomas faz seu trabalho, mas conforme vai revelando as fotos, vê vultos atrás das pessoas vivas e começa a ouvir barulhos estranhos. Ninguém sabe o que está acontecendo ou de onde vem essa energia sinistra. Tomas e Anna passam a investigar mas cada vez mais, os vultos vão ficando agressivos atacando as pessoas e causando mais mortes. O povoado fica dividido entre o medo do desconhecido e a crença de que Tomas trouxe o maligno com ele. Receoso por sua vida e devido a hostilidade, ele tenta ir embora mas volta por Anna e juntos continuam a investigar o que está acontecendo na vila. 









Ano de lançamento 2020

Duração 1h 56m

Direção Péter Bergendy

Elenco Viktor Klem, Fruzsina Hais, Judit Schell



Trailer 




Minhas divagações

Eu, particularmente gostei demais dessa obra. Esse terror Húngaro foi muito melhor que alguns estadunidenses que estamos acostumados a ver. A vila em si já trás um ambiente desolado e sinistro. Talvez pelo frio, o clima já ajuda no isolamento das pessoas e no mau humor. A hostilidade contra Tomas, uma pessoa que veio de fora, chega a ser revoltante mas também compreensivo. Não sabemos o que foi falado sobre sua estadia ali. Seu trabalho, no minimo peculiar, já dá mostras de algo não natural. Se bem que, antigamente essa prática, por mais mórbida que seja, era normal, mesmo que dividissem crenças e opiniões. 

Anna foi uma personagem no mínimo curiosa. Por que ela apareceu como visão para Tomas? Por que no final ela foi com ele? Qual era o problema da cidade? Por que era assombrada por espíritos raivosos? Não entendi muito bem essa origem dos espíritos mas ter nos mostrado eles como vultos, para mim, foi bem assustador. Confesso que fui ver algumas críticas e para variar muita gente não gostou da obra. Vi vídeos de gente aconselhando a não perder tempo assistindo. Bom, por mais que eu não goste de um filme, eu posso até não recomendar, mas aconselho a ver mesmo assim, pois cada um tem sua opinião. 

O relacionamento de Tomas e Anna para mim, até então, era tipo pai e filha ou irmãos, não tinha visto nada demais ali, até ler comentários dizendo sentirem nojo do relacionamento dos dois. Não vi nada demais que demonstrasse algo nojento. No caso das perguntas em aberto, foi o que disse antes, não respondeu muita coisa não explicou nada na verdade. Mas, ainda assim foi algo diferente do qual estou acostumada. Eu achei que se teve alguma intenção de romance ali, foi da mulher que salvou Tomas. Na verdade, eu pensei que o tempo todo somente o Tomas via Anna, como ela havia aparecido para ele quando "morreu", pensei que ela estava o atraindo para a vila, para libertá-la de alguma maldição ou espírito maligno. Essa parte dela ter aparecido para ele ficou meio a desejar mesmo. 

Quando começaram a investigar perguntando a alguns moradores sobre o que teria causado essas assombrações e uma delas conta sobre uma espécie de ritual, achei que ia partir daí e que a tia doente da Anna tivesse a ver, já que no final aconteceu aquilo. Não nego que no quesito roteiro deixou muitas pontas soltas, mas, ainda assim foi instigante, embora o final possa ser meio decepcionante, mas a curiosidade para descobrir o que estava acontecendo, conseguiu me manter assistindo para chegar até o final. 

Por mais que algumas coisas possam ser meio duvidosas, foi interessante e um pouco tenso. Recomendo ver e tirar suas próprias conclusões, da minha parte, achei satisfatório. 


Nota pessoal 8/10

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

[Review/crítica pessoal] Frankenstein (Por Guillermo Del Toro) - Divagando Sempre

 

Olá Divosos do terror. Hoje trago essa história que vai além do terror. É cheia de sentimentos e camadas. Vale muito a pena. 







A HISTÓRIA 

Um navio dinamarquês preso no gelo, encontra um homem moribundo chamado Victor Frankenstein. Ao resgatá-lo são atacados por uma criatura imortal, onde temporariamente os tripulantes do navio conseguem detê-lo o afogando nas águas geladas. Porém, Victor ciente do que a criatura é capaz e sem muito tempo, começa a contar sua história para o Capitão Anderson.

Victor vinha de uma família onde o pai aristocrata, distante e abusivo e após a morte da mãe durante o parto de seu irmão mais novo William, ele adquiriu a incapacidade de aceitar a finitude e tomado pela arrogância, acredita que somente a ciência seja capaz de superar Deus. Assim, buscando partes de corpos entre soldados mortos durante uma guerra, ele constrói sua obra-prima, um corpo montado a partir de outros corpos. Porém, este revela-se ser uma decepção à Victor ao não ter paciência com sua criação afirmando ter criado um erro e decide destruir tanto a criatura quanto tudo ao seu redor. Victor consegue sobreviver a explosão que causou mas sua vida foi perseguida pela culpa e arrependimento de tudo que causou. 

Assim, a criatura alcança Victor no navio e conta seu lado da história. Após a explosão, ele conseguiu refúgio em uma cabana onde observava um velho cego e sua netinha e quando a família foi embora restando apenas o idoso, a criatura passa a conviver com o velho aprendendo a ler e entendendo mais sobre a vida e sua existência. Após um ataque de lobos, a criatura deixa o local com uma ideia em mente, procurar seu criador para que criasse uma companheira para ele, já que não poderia morrer, teria ao menos alguém para passar a eternidade juntos. A criatura encontra Victor e o confronto final se dá dentro do navio.











Ano de lançamento 2025

Duração 2h 29m

Direção Guillermo Del Toro

Elenco Oscar Isaac, Jacob Elordi, Mia Goth, Christoph Waltz, Felix Kammerer



Trailer 





Minhas divagações 

Há muitas camadas nesse filme que eu não esperava encontrar. Nas quase duas horas e meia de história, você sabe que está sendo bom quando não vê o tempo passar. O início sendo o começo do fim é espetacular. E as partes divididas entre criador e criatura é sensacional. Não esperamos menos vindo de Del Toro. Mas, confesso que a história de Frankenstein para mim era conhecida só através dos gibis da Mônica, onde Maurício conta como Frank foi criado e pensando bem, agora faz sentido uma historinha dele onde ele pedia uma companheira. Nunca vi filmes antigos anteriores e ainda não li o livro original de Frankenstein, então assistir o filme foi algo surreal. Na minha concepção, seria algo bem mais horrível. 

Mas, Del Toro transformou a história em algo meio drama gótico, então, achei mais sentimental do que terror. Na verdade nem sei se a história de Frankenstein entraria no gênero terror, talvez pela atitude meio psicopata de Victor ao tentar superar Deus e criar algo a partir de outros corpos. Frank, apesar de ter matado alguns homens no navio até conseguir alcançar Victor, na verdade, tirando sua aparência, nada mais era do que uma criança em fase de crescimento, pelo menos na parte mental. Ele aprendendo tudo é a prova disso. 

Só não entendi a utilidade do irmão de Victor e sua noiva. O que deu a entender era que ela também sentia algo por Victor, e depois rejeitá-lo foi meio sem noção. Se só o tio dela tivesse entrado em cena, para apoiar as pesquisas e o experimento de Victor, já seriam suficientes. E como dessa interação entre Elizabeth e a criatura, ele sentir o desejo de ter uma companheira? Por que não um amigo? 

Enfim, acho que se Victor tivesse o mínimo de paciência como o idoso cego teve e esperado a criatura aprender mais, ele teria orgulho de sua obra. Embora ainda fosse algo grotesco e não natural aos olhos dos demais seres humanos. 

No quesito atuação, não nego que Jacob Elordi me surpreendeu, só o conhecia de nome e ainda pelo filme A barraca do beijo, que não tive interesse em ver. Então, a julgar pela diferença de personagem, acho que ele se superou aqui. Ele consegue transmitir a inocência e o ódio dessa criatura grotesca, também o peso de uma vida criada sem permissão, a dor da solidão por ser único mas no fim, ele compreende que sua existência pode ter um sentido nessa vida. 

Já Oscar Isaac não tem o que falar, já vem de outras grandes obras e geralmente seu trabalho é excelente. Aqui, ele supera as expectativas ao entregar um Victor amargurado e ao mesmo tempo cheio de paixão. Seu início empolgante a lá cientista maluco ao tentar levar adiante suas ideias foram sensacionais, e seu declínio ao perder tudo e o arrependimento do que criou, foram comoventes. Com certeza é uma obra que nos leva do terror a a compreensão do que é a vida. 

Já Mia Goth, não me recordo dela em nenhum outro filme e aqui, acho que faltou trabalhar mais na importância de sua existência. Ela apareceu para mexer com os sentimentos de Victor ou da criatura? Que parecia excêntrica isso é certo, mas acho que se tivesse tido mais tempo com a criatura e criado um vínculo maior, sua cena final talvez teria sido muito mais emocionante e com muito mais sentido. Essa parte achei meio vazia para mim, sem emoção. 

Agora o final de Victor, foi emocionante, assim como o navio, foi uma cena linda de se ver. Me pergunto se Del Toro poderia ter feito algo assim com Nosferatu. Talvez eu até gostasse mais da obra. Mas enfim. Só assistindo para sentir todas as emoções que Del Toro transmitiu nessa excelente obra. 


Nota pessoal 9/10

Dica de Destaque

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