sexta-feira, 25 de abril de 2025

[Review/crítica pessoal] Marighella - Divagando Sempre

 

Olá Divas e Divos.  Mais uma produção brasileira contando uma história real que aconteceu durante a ditadura. 






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Carlos Marighella precisa se separar de seu filho, para protegê-lo enquanto luta ao lado de seu companheiro Branco e mais alguns jovens contra a ditadura. Nessa luta porém, seu principal inimigo é o policial Lúcio, que vai usar de todos os meios para parar Marighella. Este, já foi preso e torturado uma vez, mas não significa que sua luta chegou ao fim. 

Apesar das lutas, tiroteios, perdas, Marighella deixou sua mensagem ao mundo quando foi morto em uma emboscada em 1969. A ditadura começou em 1964 e foi até 1985.








Ano de lançamento 2019

Duração 2h 35m

Direção Wagner Moura 

Elenco Seu Jorge, Bella Camero, Humberto Carrão, Bruno Gagliasso, Herson Capri, Adriana Esteves, Luiz Carlos Vasconcelos, Charles Paraventi


Trailer 




Minhas divagações finais 

Sim, depois que vi Ainda estou aqui fiquei curiosa para saber mais sobre esse período tenebroso na história do Brasil. É difícil imaginar como a população conseguiu sobreviver a esses anos de ditadura, em meio a militantes sendo perseguidos e torturados. O medo que sentiram por sequer ser vizinho de um deles e serem capturados para deletar os perseguidos. O medo de proteger familiares. 

O filme é inspirado na biografia de Marighella, li que existem pequenas diferenças entre o filme e o que realmente aconteceu, embora os fatos ainda estejam lá. E o melhor de tudo, foi ver Wagner Moura como diretor do filme. Ele mostrou que além de um excelente ator, também possui talento para a direção. Marighella é um filme forte e mais uma vez, mesmo sabendo qual seria seu final, ainda me peguei esperançosa esperando que sua história fosse outra. 

Como não vi muitas produções brasileiras, não conhecia muito Seu Jorge, mas na minha opinião, entregou um ótimo trabalho. Adriana Esteves já conhecia de novelas e programas icônicos como a série Toma lá dá cá. Uma excelente atriz também. Bruno Gagliasso entregou um policial detestável, ou seja, cumpriu seu papel com perfeição. Pois quando passamos a odiar o personagem, quer dizer que o ator conseguiu alcançar seu objetivo. Herson Capri,  Humberto Carrão, já vi de novelas quando ainda as assistia, mas meus aplausos para a atuação, vai mesmo para Seu Jorge e Bruno. 

Na vida real, não sei se o filho de Marighella sofreu tudo aquilo mesmo na escola, por descobrirem quem é seu pai, mas caso for verdade, as pessoas são realmente terríveis. Mas o menino foi incrivelmente inteligente e foi firme quando seu pai marcou um encontro com ele mas havia uma emboscada ali. O filho percebendo começou a gritar para o pai fugir e que ele estava bem. Seria a última vez que teria a chance de ver o pai, já que na próxima emboscada ele realmente foi pego. 

Li algumas passagens sobre a luta de Marighella, mas fazer uma adaptação cinematográfica nem sempre implica em levar tudo ao pé da letra. Embora eu acredite que Wagner conseguiu uma ótima direção para a história, para quem realmente a conhece, pode encontrar divergências na história. Eu, que não me lembro de ter estudado sobre ditadura no meu tempo escolar, acredito que Wagner usou a história e transformou em filme sob seu ponto de vista dessa luta maravilhosamente. Podemos ver os estragos que a ditadura causou no povo brasileiro e que não importa as dificuldades, sempre vai existir alguém que vai lutar contra. A ditadura é um marco sombrio na história do Brasil, mas podemos notar que devido ao longo histórico da humanidade, desde sempre existem coisas macabras que aconteceram em determinadas épocas e a questão é: aprendemos alguma coisa com elas? Além de ficarmos aterrorizados, tenho minhas dúvidas. 

Quanto ao filme, sempre vou achar maravilhoso como conseguem capturar muito bem aquela época. Embora o tema seja forte e muitas vidas foram perdidas naqueles anos de luta, o filme com certeza foi muit bem conduzido e trabalhado. Recomendo. 






Nota pessoal 10/10


quinta-feira, 24 de abril de 2025

[Review/crítica pessoal ] Tropa de Elite - Divagando Sempre

 

Olá Divas e Divos. Hoje trago esse icônico filme brasileiro. 






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Capitão Roberto Nascimento, é líder da equipe alfa do BOPE ( Batalhão de Operações Policiais Especiais ) que atua nessa área a mais de 10 anos. Apesar de equilibrar vida profissional e pessoal, agora com um filho a caminho, ele sente a pressão aumentando. E se não bastasse isso, é anunciada a chegada do Papa João Paulo II que chegará ao Rio de Janeiro em dois meses e pretende permanecer a maior parte do tempo no Morro do Turano, para ficar mais próximo da população carente. Porém, a região é dominada pelo tráfico e precisa ser pacificada para a chegada do Papa. Enquanto tenta conter os traficantes para a chegada do Papa, Nascimento decide que é hora de procurar seus substituto e garantir que seu sucessor seja tão bom quanto ele.

Enquanto isso, Mathias e Neto, dois aspirantes, amigos de infância, possuem qualidades que Nascimento procura em seu substituto. Neto é encarregado de supervisionar a oficina do batalhão enquanto Mathias faz trabalho burocrático, organizando registros criminais. Ambos vieram de origens diferentes e tem sonhos diferentes. Mas foi só quando entraram para a polícia, que se decepcionaram com o sistema de corrupção, pois eles acreditavam que a polícia agia de outra forma. Mas foi só quando conheceram o capitão Fábio, que é envolvido com prostituição que tentam burlar o sistema, usando o próprio sistema, mas são descobertos e repreendidos. No entanto, o superior de Fábio acredita que a ideia veio dele e o manda para uma missão, onde Fábio acredita que será executado. Sabendo disso, Neto e Mathias ficam de tocaia e para salvar o amigo, segue um feroz tiroteio, até que o BOPE chega e acaba com tudo. Admirados, Neto e Mathias acreditam que o BOPE serve melhor ao que acreditam e se candidatam para o treinamento. Fábio também vai mas apenas para fugir do castigo de seus superiores. 

Nascimento lidera o treinamento dos iniciantes ferozmente, eliminando logo de cara os corruptos. Sendo assim, Fábio desiste logo no início, não sem antes ter sofrido horrores. Neto e Mathias continuam e Nascimento fica satisfeito ao encontrar em Neto, seu potencial substituto. Mas, tudo dá errado quando um estudante da faculdade de Mathias ao descobrir que este é policial o dedura para o líder do tráfico na qual compra suas drogas. Sem saber que Mathias é do BOPE, Baiano planeja uma emboscada e tenta eliminar Mathias. 

Uma tragédia acontece e Nascimento perde o controle ao descobrir que seu substituto morreu. Sua esposa não suportando mais, o abandona levando o filho. Nascimento organiza uma busca feroz por Baiano e garante um novo substituto para si. 








Ano de lançamento 2007

Duração 1h 55m

Direção José Padilha

Elenco Wagner Moura, André Ramiro, Caio Junqueira, Milhem Cortaz, Fernanda Machado, Maria Ribeiro


Trailer 




Minhas divagações finais 

Esse filme foi marcante de várias formas, como a corrupção dentro da polícia, o tratamento dado aos criminosos ou suspeitos, as torturas para conseguirem informações, e claro, o treinamento do BOPE. Mas, nada supera a atuação magnífica e impecável de Wagner Moura. Desde que fazia novelas eu amava esse ator. E aqui, ele deu vida ao Nascimento de modo divino. 

As lutas dentro da história são reflexivas e com uma intensidade marcante. Quando assisti a primeira vez, minha cabeça era outra, então só havia achado o trabalho de Wagner impressionante e o BOPE como os heróis da história. Mas vendo hoje, a luta interna de Nascimento, as ambições e crenças de dois jovens aspirantes, que acreditavam na polícia, se decepcionarem com a realidade, foi outro nível. 

Claro que filmes com temas desse porte, geraria polêmicas e críticas negativas. Mas não é só aqui no Brasil que vemos histórias sobre policiais corruptos, mas não tem como negar que ter um BOPE para limpar a sujeira dos policiais é surreal. Com esse filme poderíamos desfiar uma longa conversa sobre tudo que se passou ali. Mas como o objetivo é falar sobre o filme em si, garanto que assistí-lo é uma experiência feroz. Não lembrava do que acontecia com Neto e Mathias. Na verdade lembrava de poucas coisas. Como Fábio sofrendo no treinamento do BOPE, mas não lembrava como ele havia parado lá, pois claramente não servia nem para ser policial, lembrava da frase icônica do: " PEDE PRA SAIR " , do Nascimento tendo crises de ansiedade, acho que coisas assim. 

Assim como era visível que Fábio não servia para a polícia, Neto por outro lado, gostava da ação e era justo e acreditava na polícia. Por isso foi difícil para ele ver que mesmo ali dentro, a corrupção era terrível. Mathias, não entendi direito porque virou policial se seu maior sonho era ser advogado, tanto que cursava a faculdade de direito e talvez por isso tudo tenha desandado porque ele não teve coragem de dizer que era policial. Pior ainda foi entrar na favela escondendo esse fato. Ainda não sei se ele foi ingênuo ou sensato. 

Mas enfim, falar sobre Tropa de Elite sem levantar questões políticas sem gerar polêmicas é praticamente impossível. Mas, falando sobre a produção e atuação, achei fenomenal. É um filme marcante e inesquecível. Recomendo ver para entender esses sentimentos complexos.

Nota pessoal 10/10

quarta-feira, 23 de abril de 2025

[Review/crítica pessoal] A princesa da Yakuza - Divagando Sempre

 

Olá Divas e Divos. Hoje, trago esse filme que é uma mistura de tudo, etnia, línguas e países. Mas, apesar do potencial, não me conquistou. 






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Akemi foi separada de sua família ainda bebê e para sua segurança, foi enviada para o Brasil. Originalmente sua família seria do Japão, mais precisamente, de um poderoso clã de Yakuza. Enquanto uma parte a procura, a outra metade a quer morta. 

No entanto, sua origem só vem a tona após seu vô falecer e através de uma Katana, encontrada junto a um estrangeiro gravemente ferido e sem memória, os dois acabam juntos com a única coisa que os liga, a Katana. Mas Takeshi, que aparentemente parecia querer matar Akemi, na verdade ele estava a procurando para protegê-la. E ainda diz que o sujeito sem memória foi enviado para matar seu avô. Embora não tenha lembranças de nada, o desconhecido continua seguindo Akemi, mesmo que ela o abandone. Takeshi é um servo fiel ao clã da família de Akemi e jurou protegê-la, mas seus inimigos não vão dar descanso. 









Ano de lançamento 2021

Duração 1h 52m

Direção Vicente Amorim

Elenco Masumi, Jonathan Rhys Meyers, Tsuyoshi Ihara 


Trailer 




Minhas divagações finais 

Me lembro vagamente que na época esse filme foi bem comentado, só não lembro se era positivamente. Sei que pensando ser daqueles com lutas de espadas, eu havia colocado o título na minha lista. Como estou na semana vendo produções brasileiras, esse título apareceu. Porém, embora se passe no Brasil, tenha algumas cenas onde o português é falado e o diretor seja brasileiro, a língua dominante no filme é inglês. Mas, só fui descobrir depois, enquanto assistia o filme e percebia que raramente se ouvia o português. 

Não nego que a história para mim parecia promissora, visto a Sinopse que havia lido:

"  Uma órfã descobre que é a herdeira de metade da Yakuza. Mas junto com a  nova realidade surgem novos inimigos. Ela forja uma aliança com um estranho que sofre de amnésia e trava uma guerra sangrenta contra a outra metade da gangue." .

Mas na verdade desde o início pareceu confuso. A começar pelo Jonathan que não lembro se tinha nome no filme. Ele acorda no hospital todo machucado, sem lembrar de nada, levanta da cama nu ( não vi sentido nisso ) e sai do hospital com a Katana em mãos e acaba encontrando Akemi, quando descobre que a Katana pertencia a seu avô. Embora ele tenha aparecido em situações inusitadas, acaba a salvando, primeiro de Takeshi, que quando aparece, realmente pensei que fosse o inimigo. Seu comportamento sugeria isso pelo menos. Depois ele explica tudo e ficamos bem mais seguros com ele.

Ainda assim achei tudo meio confuso e não achei grande coisa. Apesar de gostar de Jonathan Rhys Meyers desde o filme Driblando o destino, não acompanhei todos seus filmes e aqui, confesso que não achei grande coisa. Ele passou a maior parte da história sem saber quem era. Só descobrimos porque Takeshi falou e mesmo assim, Jonathan seguiu sem memórias. Akemi era uma jovem infeliz que após a morte do avô se sentia solitária. 

Os clãs de Yakuza eram confusos porque não entendi muito bem como funcionavam. Assim como a vila misteriosa onde ela foi parar. Já fiquei irritada porque em vez de responderem logo as perguntas dela e contar logo sua história, ficaram enrolando demais. Akemi passou a vida toda sem saber de nada e quando começa a descobrir sobre sua família, mandam ela descansar primeiro para depois conversarem? Passei raiva nesses momentos. 

Para mim, a história seria mais sólida se tivesse tomado outro rumo. Akemi seria treinada pelo avô, embora sem saber suas origens, mas sabendo claro, lutar. Depois que o vô morresse, ele deixaria um meio de ela descobrir sobre sua família. Takeshi apareceria então como seu protetor. Ele teria vivido sua vida fingindo estar do lado da Yakuza que dizimou sua família, para tentar esconder o fato da única herdeira ter sobrevivido ao massacre e seu paradeiro. Se a queriam morta, não entendi porque enviaram o assassino para seu avô. Talvez para obter informações sobre onde ela estaria? 

Não nego que chegando no final eu já estava tão saturada que não prestei mais atenção em muita coisa. Ou seja, parecia interessante mas acabou sendo confuso e sem graça para mim. Muitas cenas desnecessárias e coisas que seriam importantes acontecia em uma lentidão horrorosa. Talvez, se ela tivesse crescido sabendo quem era e o que houve com sua família desde o início e treinasse para um dia vingar a família, apesar do clichê, teria sido menos confuso do que realmente foi.

Talvez por ser o início da história de Akemi, sua apresentação tenha parecido lenta e confusa. Talvez fosse assim com Jonathan que também caiu de paraquedas no meio da vida de Akemi e não estava entendendo nada. Quem sabe se tiver uma continuação poderia ter uma continuidade melhor para essa história. Na verdade não procurei saber se já tem uma sequência ou se estão trabalhando nele, de qualquer forma, não me atraiu tanto a ponto de sentir vontade de ver. O início já foi suficiente. 


Nota pessoal 5/10

terça-feira, 22 de abril de 2025

[Review/crítica pessoal] A vítima invisível: o caso Eliza Samudio - Divagando Sempre

 

Olá Divas e Divos. Um dos casos mais sinistros que aconteceu no Brasil, principalmente porque o corpo de Eliza nunca foi encontrado...






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Documentário que conta o caso de desaparecimento de Eliza Samudio. Uma jovem mulher que se envolveu com o ex goleiro do Flamengo Bruno. No doc vemos entrevistas e depoimentos de Eliza, que conta como se envolveu com Bruno e como descobriu que na verdade ela era só mais uma na vida dele, ao contrário do que acreditava pensar, que era a namorada dele. Ao descobrir estar grávida que tudo desmorona em sua vida. 

Bruno não reage bem a notícia e passa a ameaçar Eliza, que procura ajuda em vários meios, polícia, mídia, amigos, mas todos a ignoraram, pois consideravam Bruno uma boa pessoa por ser um jogador famoso e pelo passado de Eliza, foi considerada interesseira e de má índole. Após várias tentativas de pedidos de socorro, ela decide se esconder por um tempo. Mas acaba aceitando a ajuda de Bruno, que prometeu que a ajudaria e reconheceria o filho. No entanto ela desaparece e só encontram a criança. 

Após algumas investigações e uma confissão de um primo de Bruno, conseguiram descobrir o que houve com Elisa. Mas, Bruno jamais admitiu que foi o mandante do crime e o corpo de Eliza nunca foi encontrado. 








Ano de lançamento 2024

Duração 1h 41m

Direção Juliana Antunes


Trailer 




Minhas divagações finais 

A Eliza foi um desses casos onde a mulher se apaixona por um famoso jogador de futebol e acha que o cara é perfeito. Bruno só poderia ter assumido o filho e pagado pensão, para que fazer todo esse processo macabro desnecessário. Mas duas coisas que sempre me incomoda nesses casos de assassinato são: os criminosos, não importa o grau do crime, eles nunca cumprem a pena até o fim e o que nunca entendi é como tem mulheres que se interessam por esses criminosos e ainda se casam com eles, mesmo sabendo que crime cometeram... doentio. Eu jamais conseguiria dormir tranquila sabendo que o homem já matou alguém. O que impede de fazê-lo novamente? 

Bruno estava no auge da carreira. Passou dificuldades na vida. Era só ter pensado na criança, não custava nada ter assumido o filho, mesmo que Eliza fosse julgada como interesseira, ele seria julgado como um bom homem ao assumir o filho. Mas não, teve que arquitetar se livrar da mulher e ser preso. Mas o pior é que hoje em dia está livre, enquanto que Eliza segue sem sinal de onde seu corpo possa estar. 

Documentários criminais apesar de serem fascinantes, se mal dirigidos podem chegar a ser maçantes. Muitas vezes são resumos ou relatos de casos, que se forem muito conhecidos, todos já estão cientes e como no caso de Eliza, o que esperam é uma conclusão do caso. Naquela época, no início da febre da Internet, já podemos observar como a opinião pública é tóxica e destrutiva. Por preconceitos ou inveja, julgaram mal a Eliza e quando Bruno foi preso para interrogatório, as mulheres ainda o cobiçavam. Nojento. 

Bruno ainda por cima, nunca admitiu que foi o mandante do crime, sabia o que tinham feito com ela mas afirmou que nunca ordenou que a matassem. Pelo menos foi preso, mas a julgar pela justiça aqui, era de se esperar que estivesse em liberdade hoje em dia. Mas o maior alívio de tudo, foi que pelo menos a criança sobreviveu a tudo isso. Embora não imagino como seria crescer sabendo que seu pai matou sua mãe. 

Documentários criminais podem ser cansativos as vezes pela investigação ser demorada, por ficar repetindo alguns fatos ou suspeitas. Também contam a história da vítima e do criminoso. Mas acho que esse caso foi triste porque foi em uma época em que mulheres como Eliza não eram ouvidas, ainda mais contra alguém famoso e que tinha a mídia e os fãs ao seu lado. Também reforça o fato de que muitas mulheres são agredidas, sequestradas e assassinadas mas não são ouvidas quando acusam homens que levam uma vida de aparências e ninguém acredita que podem ser violentos ou assassinos. Acho que qualquer tipo de denúncia deve ser investigado. Mas também entendo que o que dificulta, são denúncias falsas por mulheres que querem se aproveitar, chamar a atenção, é um mundo complicado na verdade. A gente nunca sabe o que a outra pessoa é capaz de fazer...

Nesse caso, não dá para aceitar os pensamentos das pessoas contra Eliza, não dá para aceitar que ela nem teve um enterro digno, não dá para aceitar que Bruno nunca revelou onde Eliza está e nunca aceitarei a ideia que ele anda livremente no meio de nós. Não só ele, mas tantos outros criminosos que tiraram a vida de outras pessoas e nem cumpriram metade de suas penas e já estão livres. Eles podem seguir em frente enquanto que a vítima não? Que justiça é essa... e o pior é ver comentários de pessoas que ainda culpam a Eliza pelo seu próprio destino, que acusam dela ter procurado a própria morte. Oi? Sério isso? O ser humano realmente é desprezível. 


Nota pessoal 8/10

segunda-feira, 21 de abril de 2025

[Review/crítica pessoal] Central do Brasil - Divagando Sempre

 

Olá Divas e Divos. Hoje trago essa obra prima brasileira. 






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA

Dora, é uma ex-professora que ganha a vida escrevendo cartas para analfabetos. Eles ditam o que querem que ela escreva para familiares ou amigos e ela manda pelo correio. Isso é o que ela diz que faz, mas na verdade ela fica com o dinheiro e joga as cartas fora. 

Um dia, uma mãe com seu filho, lhe pede que escreva uma carta para o pai do menino. Dora escreve e guarda a carta em sua gaveta. No dia seguinte porém, a mãe retorna e pergunta se a carta já havia sido enviada. Dora diz que vai mandar ainda naquele dia. Então a mãe pede para mudar a carta e dita outras palavras. Quando saem do local, a mãe sofre um acidente e morre. O filho, sem ninguém, fica rodeando Dora em busca da carta do pai, dizendo que vai ao seu encontro. Dora o acolhe por uma noite mas depois o acaba vendendo para um casal, que segundo o segurança da estação, acolhe crianças. 

Mas, Irene, sua vizinha e amiga, lhe diz que o casal mata as crianças para vender seus órgãos no mercado negro. Dora, fica incomodada e acaba retornando a casa do casal, engana a mulher e leve o menino de volta. Agora é perseguida pelo segurança e sem poder voltar para casa, pega o menino, que se chama Josué e decide levá-lo para o nordeste, no endereço da carta de sua mãe e deixá-lo com seu pai. 

Se sentindo traído, inicialmente Josué é arredio com Dora, mas conforme vão viajando juntos, enfrentam várias dificuldades pelo caminho, mas vão se aproximando e chegando no endereço da carta, ficam desanimados quando descobrem que o pai não mora mais lá. No entanto, acabam conhecendo alguém que sabe do pai e descobrem mais coisas sobre ele. 









Ano de lançamento 1998

Duração 1h 55m

Direção Walter Salles 

Elenco Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pera, Othon Bastos, Matheus Nachtergaele, Caio Junqueira


Trailer 





Minhas divagações finais 

Atores brasileiros, filmes brasileiros, sempre me lembram novelas. No entanto, conforme fui crescendo, fui deixando de acompanhar as novelas porque no geral, eram sempre a mesma coisa, fora o apelo sexual para chamar a atenção. Não lembro de muitas novelas com Fernanda Montenegro, mas sei que é uma excelente atriz. Fiquei triste ao constatar que Marília Pera já não está mais entre nós, dela eu lembro de algumas novelas que vi. 

Central do Brasil sempre me deixou curiosa por ter concorrido ao Oscar e por ser muito bem falado. Embora seja uma produção do fim dos anos 90. A história inicialmente parece simples mas acaba com um forte vínculo. Josué era arredio algumas vezes e dava até vontade de deixá-lo em qualquer lugar mesmo, mas Dora apesar de aparentar ser uma doce vovó, também não era flor que se cheire. 

A começar pelos golpes das cartas, em que pegava o dinheiro dos analfabetos e nunca as  mandava. Como ela foi querer ficar responsável por Josué, é um mistério. Sozinho no mundo, ele era até determinado ao dizer que iria ao encontro do pai. E acredito que Dora só foi ajudá-lo mesmo, pelo remorso de tê-lo vendido para aquele casal suspeito e pela solidão. 

Tantas coisas que eles passaram pelo caminho juntos. Dora até se interessou por um homem, que deu carona para eles. Seu erro foi que ele era evangélico e acabou o assustando com suas insinuações e assim ele os abandonou naquele lugar. Apesar de sem dinheiro e com fome, Josué acabou tendo uma ideia, que foi anunciar que Dora escrevia cartas e assim conseguiram um dinheiro. 

Ainda bem que quando chegaram no conjunto habitacional onde disseram que o pai de Josué estava morando, um de seus filhos tomou conhecimento que alguém estava procurando seu pai. Acontece que Josué é filho do segundo casamento de seu pai. Sua mãe havia ido embora ainda grávida dele, por isso seu pai nunca o conheceu. Josué tinha dois meio irmãos mais velhos. 

Vendo isso, Dora então, depois de aceitar a boa hospitalidade dos meninos, durante a noite enquanto todos dormem, ela vai embora. Apesar da missão cumprida e de ver que Josué ficaria bem com seus irmãos, foi um final triste por ela ter ido embora sozinha. Mas creio que a vida seja isso, as vezes estamos apenas de passagem na vida das pessoas. Por mais que desejasse que ela ficasse com eles até o pai voltar, não era a vida dela, por mais triste que fosse sua partida. 

Mais uma vez ressalto que embora seja difícil de acreditar, para pessoas como eu que não valorizava produções brasileiras, afirmo que nem todas são ruins. Central do Brasil foi tocante e inspirador. Era uma época que não tinha Internet, celular e viajar como eles viajaram, ainda podia ser divertido ao invés de assustador como nos dias atuais. Principalmente pegando carona daquela forma. 

Enfim, Fernanda Montenegro entregando mais uma belíssima atuação. E olha só as coincidências, o filme foi indicado ao Oscar na época e o filme Ainda estou aqui, dirigido pelo mesmo diretor, Walter Salles, também foi indicado ao Oscar e ainda teve a interpretação de Fernanda Torres, filha da Fernanda Montenegro. Só confirmando a expressão, tal mãe tal filha. Histórias completamente diferentes mas com uma direção maravilhosa e atuações impecáveis. Por isso tive curiosidade de assistir Central do Brasil. Recomendo. 


Nota 10/10


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