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[Review/crítica] O caso dos irmãos Menendez (documentário) - Divagando Sempre

 

Vi que tem a série sobre o caso dos irmãos, mas preferi ver o documentário primeiro. Nesses casos de crimes reais, sempre prefiro ver o documentário antes. E aqui, foram usadas gravações de ligações dos irmãos na prisão e imagens do julgamento na época. Vamos lá. 




Ano de lançamento 2024

Duração 1h 56m

Direção Alejandro Hartmann

Recomendação: Sim



Trailer 




DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Erik e Lyle Menendez, dois irmãos, filhos de Jose e Kitty Menendez, no ano de 1989, fazem uma ligação perturbadora pedindo socorro, pois encontraram os pais mortos a tiros. Inicialmente as suspeitas jamais recaíram nos filhos, devido a fama do pai, a fortuna, o meio onde viviam, a educação, a imagem da família perfeita que demonstravam e a arma naquela época ainda não tinha sido encontrada, as autoridades pensavam ser caso de máfia ou algo do tipo. 

Porém, passado uns dias, os meninos começam a gastar o dinheiro da família como se não houvesse amanhã. Os irmãos alegaram que era uma forma de luto, uma válvula de escape para fugir da dor da perda. No entanto, acabaram sendo investigados e culpados pelas mortes dos pais. 

Então, a defesa imaginando que um caso desses não poderia ser simplesmente motivado pelo dinheiro, busca a verdadeira história por trás dos assassinatos. Os jovens então confessam que não suportavam mais os abusos que sofriam pelo pai e como a mãe fingia não saber de nada, com medo do que o pai poderia fazer com eles, eles resolveram agir primeiro. 

Tendo a confissão, Erik e Lyle foram a julgamento, que virou atração midiática mas sendo condenados a prisão perpétua. Passaram 22 anos em prisões separadas até voltarem a se reencontrarem novamente. Embora ainda permaneçam presos, muitos acham que eles já cumpriram a pena que mereciam e esperam um novo julgamento para quem sabe obterem a liberdade. 






Minhas divagações finais 

Amo documentários. De qualquer tipo. Mas os de crimes infelizmente são os mais interessantes. O que levaria dois irmãos ricos a matarem os próprios pais? Dinheiro? Eles praticamente eram os únicos herdeiros. A não ser, que o pai negasse veementemente que seus filhos não mereciam herdar sua fortuna. Não fosse pelo dinheiro, claro, só restaria algo que o pai fizesse aos filhos que mexesse com a cabeça deles a ponto de cometer um crime tão hediondo. 

É sempre chocante quando alguém mata a sangue frio um membro da própria família, imagina dois e que ainda foram aqueles que te geraram e criaram. Ninguém pode negar que as investigações desde o início foram falhas. Pois geralmente nesses casos, os principais suspeitos automaticamente giram em torno dos familiares. Ninguém checou o álibi dos irmãos, eles mesmos falaram anos depois, nas ligações gravadas na prisão, que se fossem pressionados confessionariam o crime ali mesmo. E só prenderam os meninos pelas atitudes suspeitas de estarem gastando muito dinheiro e pela denúncia do psicólogo de um dos irmãos que havia confessado ter matado os pais. 

Por aí fica a questão do sigilo desses profissionais. Se um assassino confessa um crime para eles, eles devem manter sigilo mesmo? Sabendo que um serial killer por exemplo, lhe conta que já matou tantas pessoas e está planejando a próxima vítima, ele não pode denunciar? Claro que no caso dor irmãos, eu senti que o psicólogo fez isso mais por proveito próprio. Para ser talvez um herói ou querer ganhar fama e dinheiro com esse caso. 

Em qualquer época, questões de abusos vindo de dentro da própria família é algo perturbador, mas antes dos anos 2000, essas questões eram tratadas de modo bem piores. Ainda mais alguém tão influente quanto Jose. E quando se tem ameaças, a vítima sempre sente medo de denunciar, ainda mais quando a mãe sabe o que está acontecendo e finge que é normal. Não defendendo que matar os pais nesse caso seja a solução. Talvez houvesse outros modos de resolver o caso. 

Mas eu acredito que sim, a história deles é verdadeira. Só não concordo no modo como tentaram resolver isso. Agora, em se tratando do documentário, achei que foi bem conduzido. Mais uma vez repito, não vi a serie ainda, li elogios quanto a obra, mas assim como o caso de Dahmer, eu só vi o documentário. Histórias de criminosos, inspirados em histórias reais não me atraem tanto. Eu prefiro ver entrevistas com familiares, sobreviventes ou gravações da época dos acontecimentos do que ver atores interpretando os assassinos. Mas, talvez um dia eu veja, quem sabe.

Agora, se eu acredito em uma segunda chance para quem tira a vida de outra pessoa? Difícil responder. Porque o ser humano é imprevisível. Se matou uma vez, não importa os motivos, o que o impedirá de matar outra vez. No caso dos irmãos, sofreram abusos desde pequenos, tiveram uma criação distorcida, mataram os pais ainda jovens, passaram anos presos, o que tudo isso poderia influenciar em seus psicológicos? No entanto, perderam metade da vida isolados. Valeu a pena acabar com os abusos mas vivendo presos? Continuaram sem liberdade de qualquer forma. 

Enfim, o documentário apresentou a história bem narrada, com partes do primeiro julgamento, gravações dos irmãos depois de anos, para um filme e uma história tão horrenda, foi impressionante. 

Nota 8/10

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