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[Resenha/crítica pessoal] Predestinados - Divagando Sempre

 

Olá leitores Divas e Divos. Nesse mundo literário, encontramos diversos tipos de histórias, mas infelizmente, podemos nos deparar com aquelas que vão além de nossas crenças e nos causam nojo. Predestinados foi o caso para mim. Foi uma leitura difícil. 






DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Ambientada na Itália, no século XVII, conta sobre a família Manfredi, influentes por toda a Europa, forneceu por décadas exércitos imbatíveis para Reis e imperadores, construindo sua riqueza e respeito no mundo dos vivos e dos mortos. 

Atualmente os Manfredi esperam pela realização de uma professia, onde tudo indica que os gêmeos, Luciano e Jade possam cumprí-lo. Para manter o sangue puro na família, os Manfredi geram filhos entre si, mas o maior segredo é o fato de se comunicarem com os mortos. Um dom passado de pai para filho e como Dominico, o filho mais velho não nasceu com o dom, ele então foi incubido de entrar na igreja, onde seu pai, Don Alfeo tem grandes aliados. 

Já Luaciano, apesar de toda a estranheza, conforme foi crescendo foi mostrando habilidades que agradou tremendamente seu pai e passou a estudar com ele sobre necromancia. E sua função agora era gerar um novo herdeiro que pudesse carregar o dom da família. 

Mas os terríveis segredos dos Manfredi, correm perigo quando um novo Papa é nomeado e este não faz parte da lista de pagamentos dos Manfredi. Na verdade, seu maior objetivo é desmascarar essa família e denunciar os horrores que praticam, no entanto, será que conseguirá deter as forças dos Manfredi?



Ano da primeira publicação 2023

Páginas 592

Autor/a Amanda Orlando



Minhas divagações finais 

Por ser uma escritora brasileira, teve pontos positivos e negativos. Como a história se passa no século XVII, sua ambientação não foi no Brasil, então eu só descobri que ela é brasileira depois que li sobre ela. Até então nem desconfiei. Se a intenção era essa, conseguiu. A escrita é boa, porém, alguns capítulos eram longos demais, tinha personagens demais, mas o pior de tudo, que quase me fez desistir, foi o incesto. 

Me pergunto como todos que leram não se incomodaram com isso? Jade e Luciano tiveram relações e geraram gêmeos, mas um deles nasceu com problemas físicos. Todos os bebês que nasciam com problemas ou acabavam morrendo ou eram levados para um local afastado mantido pelos Manfredi. Como alguém pode achar isso interessante? Achei nojento e grotesco. 

No início, quando começa com Jade e Luciano brincando no cemitério, parecia interessante por dar indícios do poder macabro que Luciano demonstrava ter. Até aí tudo bem. Mas quando deu a entender que eles eram fruto de relacionamento entre irmãos e que enquanto dormiam juntos eles faziam coisas sexuais, comecei a não querer continuar.

Depois teve o breve relato de uma ajudante de cozinha que conheceu uma camareira que foi trabalhar no infantário, onde Jade e Luciano dormiam juntos desde que nasceram. A camareira se envolveu com o primo Frederico e engravidou. No fim desapareceu e a ajudante de cozinha também sumiu da história. Para mim, tinha entendido que uma dessas duas, seriam algum tipo de rebeldes que revelariam o sinistro segredo da família e acabariam com eles. Mas, a camareira só serviu para mostrar como Frederico era desprezível e ajudar Luciano em seus estudos macabros. 

Eu não imaginava que tipo de história seria, mas tirando o incesto, para mim a história seria de outro nível. Quem não se incomoda, tudo bem, mas não faz meu tipo, ainda mais que essa família é um tipo de herói da história. Os vilões são quem querem acabar com essas atrocidades que essa família faz. Mesmo Francesca, a irmã de Don Alfeo e Lizbeta, que não aceitava o que a família fazia, não os abandonou. E no final, ainda aceitou usufruir dos poderes de Luciano. 

Domenico, teve um filho com uma freira e o destino deles foi terrível. Faltou esclarecer essa parte para ele, com certeza ficaria decepcionado com a mãe. Frederico apesar de no início parecer nojento por ter desejos de se casar com Jade, no final, provou ser alguém no mínimo melhor do que o restante de sua família. E Jade e Luciano, depois que cresceram e ela finalmente engravidou, gerou gêmeos, mas um deles tinha problemas nas pernas enquanto que o outro, seria tão poderoso quanto o pai. 

Não me entra na cabeça essa família ser o herói da história com tantos atos nojentos. Para manter o sangue puro, eles se relacionavam entre si. Os bebês com defeitos eram descartados. Que crueldade é essa que faz dessa família ser o herói? E infelizmente li que a autora disse em uma entrevista que seria uma série de quatro livros. Minha gente, sério isso? Quatro livros de incesto? Eu só terminei na força do ódio e não tenho vontade de ler sequências se tiver. Como eu disse, a história tem muito potencial, mas se tirasse o incesto, com certeza teria sido mais agradável para mim.  

A história dos Pamphili, embora também seja complexa, ainda foi mais aceitável do que a dos Manfredi. Teria sido uma reviravolta incrível se o Pamphili tivesse no mínimo conseguido provar e denunciar os horrores que os Manfredi faziam para conseguirem estar no poder. Mas, estranhamente a autora quer endeusar essa família né, fazer o que, o livro é dela. Eu, particularmente passei a leitura inteira sentindo asco pelos personagens e senti enorme alívio ao terminar. Vi que foram poucos que se sentiram assim. Não nego que a história é envolvente e se esquecer como eles foram gerados, em determinados momentos até torcemos pela família. Mas não há como negar esse fato quando a autora sempre esfrega esse detalhe na nossa cara. 

Eu me sinto incomodada com esse tipo de relação, então não recomendo se for sensível também. Caso contrário, aproveite a leitura. Admiro o esforço da autora que estudou anos sobre a época da história, as guerras e costumes, mas de novo, se não fosse pelo incesto, eu teria aproveitado mais a leitura. 


Nota pessoal 0,5/10


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