terça-feira, 17 de janeiro de 2023

[Review] Single's Inferno- Solteiros, ilhados e desesperados ( temporada 1 ) - Divagando Sempre

 




Ano de lançamento da temporada 1 - 2021



Sinopse 

Confinados em uma ilha remota chamada Inferno, 12 solteiros e solteiras precisam encontrar o amor verdadeiro, já que só os casais podem sair de lá para desfrutar um encontro romântico no luxuoso hotel Paradise.


Trailer 






DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Bom, confesso que não sou muito fã de reality de namoro, tentei ver Casamento as cegas com apresentação de Nick Lachey, porque já o conhecia desde que ele cantava em uma boy band mas não consegui terminar. Acho que parei entre os episódios 5 a 8, da primeira temporada. 

Também vi que tem casamento as cegas do Brasil e Japão, mas não me chamaram atenção. 

Como gosto muito de K-pop e K-drama, geralmente tudo relacionado à Coréia do sul,  eu acho interessante. Comecei a ver Solteiros, ilhados e desesperados sem compromissos. Pensei: vamos ver umas futilidades para variar um pouco. Não pensei que ia gostar tanto e acabei terminando a primeira temporada as 3 da manhã hahaha 

E convenhamos, o programa selecionou participantes tirados dos Doramas, porque minha gente, cada um mais lindo que o outro e me refiro tanto aos homens quanto as mulheres. 

A maioria de corpo sarado ou de rosto lindo. Um compensava a falta do outro hahaha 

São 12 participantes no total, mas começa com 9, sendo 5 homens e 4 mulheres, depois mais duas mulheres e um homem entram quase no final. São eles:

Song Ji Ah



Kim Hyeon Joong



An Yea Won



Choi Si Hun 



Kang So  Yeon



Moon Se Hon 



Oh Jin Taek



Shin Ji Yeon



Kim Jun Sik 



Kim Su Min



Seong Min Ji 



Cha Hyung Seung 




Ok, depois das apresentações, vamos divagar nesse reality. 

Eu já ia começar no maior desastre né, fazer uma entrada maravilhosa daquelas, com aquela estradinha no meio da praia? Era tropeçar e adeus boa primeira impressão hahaha 

Achei a proposta interessante, não vou negar. Homens e mulheres solteiros, de diferentes idades e profissões ( com a única coisa em comum sendo os corpos exuberantes) reunidos em um praia isolada. 

Duas tendas, uma para as mulheres e uma para os homens, banheiro, local para buscarem água, refeitório e um local para tomarem água  gelada com um recipiente cheio de gelo. Alguns desses locais seriam usados para os casais conversarem mais. 

Eu concordo que por ser na praia, escolher os mais sarados era a melhor opção principalmente de audiência né, até eu fiquei embasbacada com tanta beleza. E por incrível que pareça, apesar de ter tido alguns atritos,  achei esse grupo até unido. 

Após os 9 participantes chegarem à ilha, eles poderiam conversar para se conhecerem, menos revelar a idade e suas profissões. Desde a entrada já dava para saber quem havia ficado atraído por quem, só pelos olhares hahaha 

Si Hun ficou tão encantado e sem jeito perto da pretendente que se interessou, que até  queimou a mão, ajudando no preparo da comida. 

Bom, para não ficar muito extenso e sem graça, teve uns que tiveram muitos interessados, outros nem tanto, teve reviravoltas interessantes e a gente sabe que mesmo que se saísse algum casal dali, não vingaria fora da ilha. Por que? 8 a 10 dias é pouco para saber se o interesse não é só pelo término do programa mesmo. Tipo, cheguei até aqui não vou sair sozinho hahaha 

Meus preferidos eram o Si Hun, que me lembrava o ator Lee Joong Suk e a Su Min que chegou depois. Confesso que torci pelos dois.

O que me prendeu nesse reality, foi também os 4 apresentadores que faziam comentários hilários e tinham sua torcida pelos participantes preferidos. 

Sei que tem a segunda temporada, mas acho que vou deixar para mais pra frente. 

Gostei que não tinha pegação, que era mais conversa e troca de olhares, acho assim mais interessante. Claro que como todo ser humano, alguns ali ficaram divididos com tantas opções. Mas minha admiração vai para Se Hon, que apesar de ter iniciado com interesse em uma, focado em outra durante todo o programa, e ficado interessado em outra no final, ainda assim, apesar de levar vários foras, insistiu na sua pretendente até conseguir uma chance. Teve vários momentos que achei que ele fosse desistir e pedir para sair hahaha 

O Inferno era a praia onde eles ficavam a maior parte do tempo e o Paraíso era o hotel, onde os casais que se escolhiam mutuamente iam para passar uma noite de luxo e sozinhos, podendo conversar melhor. 

Enfim, como eu disse, as vezes umas futilidades mudam o nosso dia. 

Minha nota de satisfação pessoal 10/10

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

The Last Of Us - Quando estiver perdido na escuridão - Divagando Sempre

 





Ano de lançamento 2023

Primeiro episódio 

Duração 1h 20m

Elenco Pedro Pascal, Bella Ramsey, Nico Parker, Gabriel Luna 



Sinopse 

Joel e Ellie, uma dupla que se conecta através da dificuldade do mundo em que vivem, são forçados a passar por circunstâncias brutais e enfrentar monstros impiedosos em uma jornada pelos Estados Unidos após um surto apocalíptico.


Trailer 












DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Uma curiosidade sobre mim e The Last Of Us, nunca joguei hahaha mas sei toda história pois vi vários streamers jogando para ver várias reações. 

E geralmente é totalmente complicado quando tentam adaptar um jogo para vida real. Já começa na complexidade de encontrar atores que no mínimo, lembraria os personagens originais. 

Mas dessa vez, tiro meu chapéu para a HBO. Deixou as adaptações da Netflix no chinelo. 

Para quem não conhece a história, vamos lá. 

Joel vive com sua filha Sarah e seu irmão Tommy, e no dia de seu aniversário, volta do trabalho mais tarde. Porém, Sarah depois da escola vai até um relojoeiro para consertar o relógio parado de seu pai e lhe dar de presente. Mas ali, ela sente que algo está acontecendo quando é quase expulsa pela mulher apavorada do relojoeiro. 

Sarah volta para casa e depois que seu pai  chega, ela lhe dá o relógio e assistem um filme. Ela acaba dormindo e Joel recebe uma ligação de seu irmão Tommy pedindo que vá até a delegacia o libertar. Ele deixa Sarah dormindo e vai buscar o irmão. 

Sarah acorda com o cachorro do vizinho na sua porta assustado e vê fumaça ao longe e seu vizinho agindo estranho. Joel chega com Tommy e a pegam para fugirem de carro. 

A cidade está dividida entre pessoas fugindo desesperadas, os infectados atacando e soldados atirando. Aparentemente um fungo é o culpado pelo contágio e Sarah questiona se o caso não é mundial. 

Eles acabam sofrendo um acidente de carro e Sarah machuca o pé. Joel carrega a filha nos braços e tenta fugir, quando encontram um soldado. 

SPOILER 

Sarah acaba sendo atingida e morre. Assim 20 anos se passam e como era de se esperar da humanidade, além de lutarem contra os infectados, precisam se defender contra eles mesmos. Facções são criadas e a sociedade sobrevivente são divididas. 

Joel parte em uma missão de procurar seu irmão e acaba ficando encarregado de escoltar Ellie, uma garota que aparentemente parece normal, mas descobrem que ela foi mordida e não virou uma infectada. 

A história em si não é novidade para mim, não lembro tantas coisas do primeiro jogo, mas reparei em pequenas mudanças e achei ótimas para encaixarem melhor nessa adaptação. 

Eu lembro que no jogo, a parte em que começa o tumulto por causa dos infectados, Sarah está em casa ainda quando a porta de vidro se quebra, guardei isso na memória porque levei um susto tão grande, que se fosse eu jogando pararia ali mesmo hahaha na série ela sai de casa e encontra o pai na rua. 

A parte que ela morre e Joel chora por ela, minha nossa, Pedro Pascal arrancou meu coração ali, que atuação incrível. E sim, nessa parte sempre choro, não importa quantas vezes eu veja. 

Aí pula os 20 anos mas as coisas ainda continuam ruins. Os infectados continuam ali, os sobreviventes vivem miseravelmente e divididos, existem lugares " seguros " mas para isso é preciso viver conforme as regras do local e no meio disso tudo, surge Ellie.

Ela nasceu nesse espaço confinado e não sabe como é o mundo fora dos portões da quarentena. Mas agora ela tem a oportunidade de conhecer o mundo lá fora agora que será escoltada para outro lugar. 

Joel só aceitou essa missão pelo que ganharia em troca, tendo a oportunidade de procurar Tommy mais equipado. 

O primeiro episódio foi mais a apresentação da história, personagens e situação. Vamos aguardar ansiosos agora pelo segundo episódio. 

Não achei que conseguiria encontrar tanto para falar de apenas um único episódio, também é a primeira vez que assisto um lançamento e fico esperando os próximos, pois geralmente gosto de ver tudo de uma vez, o que muitas vezes acaba me fazendo ver anos depois hahaha 

Essa série foi tão aguardada e tem explicação, o jogo em si foi maravilhoso, então as expectativas para a série eram fenomenais. E fico satisfeita que conseguiram suprir essas expectativas. 

O início com a Sarah foi traumática igual o jogo e na abertura fiquei toda arrepiada. O cenário foi perfeito e as atuações igualmente. 

Para quem ficou reclamando que os atores não pareciam com os personagens do jogo, meu amigo, isso é o de menos, a essência dos personagens está ali e Pedro e Bella assumiram suas responsabilidades com maestria. 

No mais, recomendo a série e esperar episódio por episódio roendo as unhas de ansiedade  hahaha 

Minha nota de satisfação pessoal 10/10 

domingo, 15 de janeiro de 2023

[Review] Conversando com um serial killer: o canibal de Milwaukee - Divagando Sempre

 




Ano de lançamento 2022

1 temporada 3 episódios 



Sinopse 

Jeffrey Dahmer confessa seus crimes hediondos em entrevistas que revelam sua mente doentia.


Trailer







DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Eu prefiro ver mais um documentário com entrevistas, imagens ou gravações de áudio com os verdadeiros serial killers do que ver uma série ou filme romantizada dos mesmos. 

A história de Dahmer é mais um daqueles casos horríveis que acabam tornando esse tipo famoso, mas por outro lado, também acaba passando para as pessoas que esses assassinos são geralmente quem a gente menos espera que seja um criminoso. 

Aparentemente Dahmer é diferente por sua infância não ter sido abusiva, mas seus desejos sexuais não eram normais, pois envolviam violência, morte e no final canibalismo. 

17 jovens, entre eles, brancos, asiáticos e a maioria negros,  foram enfeitiçados pelo carisma de Dahmer, perdendo suas vidas no processo. 

Nos anos 80, 90, o homossexualismo não era bem aceito ( o que não muda muito nos dias de hoje ), e acredito sim que houve preconceitos por parte dos policiais que deixaram o jovem de 14 anos voltar para Dahmer porque ele apenas disse que era seu namorado. 

Havia testemunhas dizendo como encontraram o rapaz, mas como eram negras, preferiram acreditar na palavra de Dahmer, que era obviamente branco. Nem confirmaram a identidade do rapaz. E provavelmente nem se sentiram mal pelas próximas vítimas que Dahmer fez depois. Acho que faltou mostrar isso no doc, como esses policiais ficaram, sabendo que poderiam ter prendido um assassino naquela época. 

Eu não sabia o que tinha acontecido com ele, então se também não sabe, cuidado com o SPOILER

Sempre achei que nesses casos de assassinos em série, o pior lado é a defesa, porque muitas vezes você sabe que o seu cliente é culpado, mas precisa encontrar argumentos para provar sua inocência mesmo que seja alegando problemas mentais. Que é o que tentaram provar com Dahmer. 

Claro que todo serial killer não bate bem da cabeça, começando pelo prazer de matar né. No caso dele, ele era bem consciente do que fazia com suas vítimas, principalmente que nas gravações de áudio, você não sentia que ele tinha dúvidas quanto ao que fazia nem no julgamento não via culpa ou remorso. 

Claro que a Wendy, que o entrevistou e gravou suas confissões, teria certo apego à ele, mesmo passando horas ouvindo relatos macabros, porque ele era branco e charmoso. 

Ele ter pedido para sair da solitária e conviver com outros presos, era claramente uma nota de suicídio. Wendy tinha o alertado que se saísse da solitária, não sobreviveria. E foi o que aconteceu. Uma hora alguém tentaria matá-lo. 

Como em Milwaukee não tinha pena de morte, Dahmer pegou prisão perpétua, mas não era isso que as pessoas desejavam. Embora fosse melhor que ser considerado doente mental, trancado em um hospital psiquiátrico e depois solto na sociedade novamente. 

Agora fiquei curiosa para ver a série, porque pelo menos O enfermeiro da noite, foi até que bem fiel. 

O mais triste nesses julgamentos é quando as famílias das vítimas dão seu depoimento de toda dor e sofrimento que os acusados os fizeram passar. Tanto o enfermeiro quanto o canibal não esboçaram nenhum remorso ou arrependimento. 

Acho que toda história de serial killer é horrível, mas esse foi ao extremo. Dahmer enganou muita gente e feriu muitas também, não só as vítimas, mas suas famílias, além de seus vizinhos onde morava. 

O método como ele atraía os rapazes fica em alerta sempre. Nunca vá a casa de um estranho que acabou de conhecer, ainda mais oferecendo dinheiro para tirar fotos. Por mais que seja tentador, por mais que seu ego infle por ser considerado(a) um modelo, não aceite. 

Bizarro, terrível, triste. E mesmo que ele tenha tido um final merecido, mesmo que as famílias e amigos das vítimas tenham que seguir em frente, vai ser sem os filhos que não voltarão mais...

De tanto ver esses doc, você começa a se acostumar com a forma de filmagem, com as pesquisas as vezes fracas que fazem, com a aceleração no final, mas ainda assim, surpreende o tanto de maldade que habita no ser de algumas pessoas. E sempre fica aquele medo de quão próximo um assassino desse tipo pode estar de você. 

Minha triste nota para o doc 10/10


Noiva abandonada - Divagando Sempre

 * Nota de agradecimento no final




Estella tinha tudo para ser a mulher mais feliz e realizada do mundo. Tinha dois melhores amigos, Samuel e Amanda, tinha o trabalho perfeito e, estava prestes a se casar. 

Ela conhecia Samuel desde o ensino médio, mas não falavam sobre o fato dele ser gay, então ela não perguntava pensando que era difícil para ele sair do armário. Antes de se conhecerem e se tornarem melhores amigos, ela o tinha visto abraçado à outro garoto, pareciam bem íntimos e quando ela o conheceu, ele nunca falou nada sobre ser gay e ela decidiu não perguntar. Mesmo porque, ela achava que pelas atitudes dele, ele talvez não quisesse que ninguém soubesse. E por anos ele não namorou ninguém, o que reforçava sua ideia sobre a preferência sexual do amigo ser secreta. Ela achava que quando chegasse a hora, ele lhe contaria. 

Mas aí ela conheceu Amanda e se tornaram um trio inseparável. Até que Amanda engravidou e casou, nessa ordem mesmo. Amanda era oriental, descendente de japonês, sua gravidez foi um escândalo, ainda mais aos 20 anos. Mas Gabriel era tudo de bom para ela. Juntos, eram perfeitos.  E Gabriel acabou lhe apresentando Henrique, por quem se apaixonou. Ele era meio parecido com Sam, os dois eram loiros, olhos azuis, embora Sam fosse mais alto e magro, Henrique era mais encorpado, tinham várias coisas em comum e principalmente,  ele era hétero.  

Mas, como tudo na vida, nada é perfeito ou definido, pois Estella acabou sendo abandonada no dia do casamento. Já estava tudo pago pelo noivo, seu vestido estava no seu quarto pronto para ser usado, seus votos já estava impresso em sua mente de tanto que ensaiou, mas tudo pareceu se desfazer quando Henrique lhe disse:

_ Desculpe Estella, não é você, sou eu. Sinto muito mesmo cancelar em cima da hora, mas não posso me casar com você. 

Simples assim. Sem mais explicações, Henrique apenas deixou Estella e sumiu do mapa. 

Quando ela acordou naquela manhã, poderia ter desconfiado de seu triste destino quando ao abrir a janela, ver o céu desabando em água. E recebendo a notícia do abandono de Henrique por telefone, tão covarde que nem teve coragem de lhe dizer pessoalmente. 

Mas corajosa como era, reuniu seus dois melhores amigos, que ela sabia que eles entenderiam o que ela estava prestes a fazer. Assim que chegaram, ela os informou que eles teriam uma grande aventura pela frente. Ela vestiu seu vestido de noiva e declarou aos amigos, que seria um desperdício não usá-lo e também que doariam toda a comida e bebida da festa, já que estava tudo pago. 

Apesar de em cima da hora, não estranhou que a família de Henrique não ficasse surpresa com o cancelamento do casamento, mas ainda assim, tentou avisar todos os convidados possíveis. 

Quando ela conseguiu ir até a igreja, a chuva já tinha diminuído e os enfeites já estavam sendo retirados. Partiu seu coração que seu sonho não se realizaria. O padre se aproximou correndo achando que teria casamento, já que Estella estava vestida de noiva. Mas ficou triste quando ela confirmou que não, que o noivo havia cancelado. Não tinha motivos para ela ter vergonha do padre, quantas noivas eram abandonadas não é mesmo?

Ele então a abençoou e ela perguntou um local onde poderia doar a comida do casamento. Ele logo se animou, doações eram sempre bem vindas, não importava de que forma era. Ele indicou um local e Estella se dirigiu para lá com os amigos. 

Não se importou com os olhares de admiração ou de pena quando a viam vestida de noiva ou quando descobriam que tinha sido abandonada. Um senhorzinho lhe pegou a mão e carinhosamente lhe disse que Deus havia lhe tirado a pessoa errada e colocaria a certa em seu caminho. Ela quis chorar, mas segurou porque não era hora para sentir pena de si mesma. Tanto desabrigado sem família e sem comida, ser abandonada era o de menos. 

Os doces da festa ela levou para um orfanato e mais uma vez sentiu vontade de chorar, vendo todas aquelas crianças sem lar, se divertindo e sujando os rostinhos com chocolate. Não eram muitos doces, porque no casamento não haveria muitas crianças, mas foi o suficiente para aquelas que dariam trabalho depois para as cuidadoras do orfanato com tanto açúcar no sangue. Ela deixou o bolo do casamento também, que era de três andares, deixando o menor para ela claro, pois ela também adorava doces. 

As bebidas foram para um bar, onde o dono era um conhecido seu e lá, ela bebeu até sentir que suas pernas não a sustentavam mais. Amanda achou que ela fosse chorar, mas Estella apenas dançou até ficar descabelada e seu vestido sujo nas barras. Alguém ali achou que era uma despedida de solteira mas Estella disse que era uma despedida de quase casada. Sam achou que ela fosse chorar, mas mais uma vez ela foi forte. Mas ele sentiu que era hora de levar a noiva para casa. 

Amanda queria ficar com a amiga e mesmo Gabriel dizendo para ela cuidar de Estella, ela queria voltar para casa também, pois tinha ficado o dia todo fora e sabia que Gabriel se sentia culpado por Henrique ser seu amigo, mas como ela sentiu que Sam podia fazer isso, cuidar da amiga, ela decidiu ir embora. Mesmo porque, sabia como Sam amava Estella.

Achando que Estella dormia largada no sofá, Amanda perguntou se tudo bem para ele ficar ali. Quando ele confirmou, ela não aguentou e perguntou. 

_ Você a ama né? 

_ Claro que amo, assim como amo você,  seu filho e seu marido. 

_ Eu sei, mas eu falo de outro jeito. 

Ele tinha entendido claro, mas não queria explicar por causa de um mau entendido que até agora ele não conseguia desfazer. Suspirou ao dizer:

_ Sim, eu sei, mas ela acha que sou gay.

_ O que? Mas por que? 

_ Também não sei, mas não consegui contar à verdade e depois ela conheceu o Henrique e estava toda apaixonada e eu tinha perdido minha chance de explicar. 

Amanda o abraçou e o deixou cuidando da amiga. Porém, Estella havia escutado tudo e se sentiu tremendamente idiota por ter tirado conclusões precipitadas. Achava que Sam não tinha saído do armário, por isso não ficava com ninguém. Para início de conversa, se eram melhores amigos, ela deveria ter questionado primeiro sua sexualidade antes de pensar coisas só por tê-lo visto abraçado com outro cara. 

Se sentia envergonhada e não queria mais se levantar até Amanda voltar, mas ela estava apertada e entre enfrentar Sam ou fazer xixi no vestido, ela preferia a primeira opção, então se mexeu e tentou se levantar. 

Ele veio para seu lado na hora e perguntou se ela precisava de algo. Ela só disse xixi e ele a levou para o banheiro. Então se lembrou de todas as vezes em que ele estava no quarto com ela e ela ao trocar de roupa na frente dele, ele sempre dava um jeito de desviar os olhos para outra coisa para não vê-la nua. 

Ele a deixou na porta e foi para a sala. Ela fez seu xixi e decidiu tomar um banho. Mas não conseguia abrir o vestido. Foi até a sala e pediu para ele ajudá-la. Quando ele tocou sua pele, ela sentiu uma faísca, mas achou que era por causa da bebida e por estar carente. 

Tomou seu banho e ao sair, enrolada na toalha, sentou na privada e começou a chorar. Dessa vez ela deixou tudo sair e seus soluços devem ter chamado a atenção de Sam, que veio com roupas confortáveis para ela. Lhe ajudou a vestir, tendo o cuidado de não olhar para o corpo nu dela, secou seu cabelo, deu bolo para ela, que comeu com gosto e deitaram juntos no sofá. Ele perguntou se ela queria ver algum filme, mas ela fez que não. Estar aninhada nos braços dele como tantas outras vezes, era reconfortante, embora dessa vez, sentisse algo diferente. 

Ela dormiu quase instantaneamente no calor do corpo de Sam,  mas acordou logo cedo e se moveu entre o corpo dele, ela percebeu como ele a desejava. Mas não queria lhe contar que gostava dele desde o ensino médio mas que depois  achou que ele fosse gay, como dizer agora o motivo sem parecer boba?

Sam acordou e ficou visivelmente consciente do seu desejo e com vergonha disse que precisava ir ao banheiro. Por sorte Amanda chegou e Sam foi embora. 

Estella abraçou a amiga e lhe contou que escutou tudo na noite passada e confessou que amava o amigo desde o ensino médio, mas que um dia o tinha visto abraçado com outro garoto e por isso achou que ele fosse gay.  Amanda não resistiu e chorou de tanto rir das trapalhadas da amiga. 

_ Jesus Estella, porque nunca me contou isso? Eu poderia ter esclarecido isso a muito tempo. 

Estella encarou a amiga com os olhos esbugalhados. 

_ Como assim? Ele não parecia gay pra você?

_ Não. Eu sempre soube que ele tinha uma quedinha por você. Não entendia porque você não ficava com ele, agora tá explicado. 

_ Mas e ele abraçado com o garoto?

_ Porque não pergunta para ele? 

_ O que? Agora? 

_ Não, mas quando ele voltar a noite. Porque ele vai voltar, mesmo tendo receios ou medo, ele sempre vai voltar pra você. 

Estella estava ansiosa, nem pensava mais em Henrique e na dor de ser abandonada, ela pensava naquele garoto tímido que cresceram juntos e no entanto, a quem não conhecia de verdade. 

Amanda via a ansiedade da amiga e secretamente havia enviado uma mensagem enigmática para Sam dizendo apenas: é hoje. Venha lindo e cheiroso. 

Quando a campainha tocou, Amanda foi atender toda alegrinha e deu um abraço no amigo e sussurrou no ouvido dele: cuida bem dela. 

Estella ainda estava no quarto quando ouviu a campainha. Ela se demorou escolhendo o que usar, parecia até que iria sair para um encontro. Quando foi para a sala, a danada da Amanda tinha ido embora sem se despedir. 

Sam estava no sofá, quantas vezes ele ficou ali em outras eras, pois era o que parecia,  que isso tinha sido anos atrás e não poucos dias antes do casamento. Ele também parecia sem jeito. 

Ela foi até ele como sempre, lhe abraçou e deu um beijo no rosto. Pequenos gestos de sempre agora pareciam ter outro significado. Seu coração parecia querer saltar do seu peito. Então ele perguntou como ela estava. Quantas vezes ela escutou essa voz e no entanto, agora, a fazia se sentir nas nuvens. 

Ela respondeu que bem e ficaram em um silêncio constrangedor. Então ela respirou fundo e fez a pergunta que ele esperou todos esses anos. 

_ Sam, você é gay?

Foi assim, simples, curta e direta. Ele a olhou com um certo alívio e o sorriso mais lindo que ela já tinha visto naquele rosto. 

_ Não. 

As misturas de sentimentos no rosto de Estella foram de alívio e vergonha. Principalmente quando ele perguntou:

_ Por que você acha isso? 

Ela ficou vermelha no rosto e no pescoço. Tinha vontade de se esconder. Não tinha coragem de olhar para ele, mas ainda assim respondeu:

_ Quando estávamos no ensino médio, antes de nos conhecermos, eu te vi abraçado com um garoto. Vocês pareciam bem íntimos. 

Ele pensou e então com tristeza disse:

_ Ah! Você está falando do meu irmão. Ele tinha câncer, não tinha muito tempo, mas aquele dia ele se sentia bem então queria ver o por do sol daquele ponto onde dava para ver a escola. Ele não pôde ir normalmente e desejou que eu vivesse dias felizes,  cheios de aventuras e conhecesse alguém especial. Ele morreu dias depois e então te conheci. Mas estranhamente você achava que eu era gay e não consegui dizer que não era e depois o tempo passou e fiquei com medo de perder sua amizade. 

Estella riu apesar do momento triste. 

_ Sinto muito pelo seu irmão. Você nunca me falou dele. 

_ Já era difícil ser o amigo gay, não queria que ficasse com mais pena de mim. 

_ Desculpe ter tirado conclusões precipitadas. Por isso achava estranho eu sentir atração por você mesmo você ser gay. O que agora está explicado que não é.

_ Desculpe não ter contado antes. 

_ Por isso você nunca namorou ninguém e fugia dos encontros que eu marcava para você. 

_ Eu sempre te amei e se fosse para ficar com você como amiga, para mim era o suficiente. Mas espera, você sentia atração por mim?

_ Bom, ainda sinto, acho que só ia me casar com o Henrique porque não podia ficar com você. 

_ Sabia que ele era meio parecido comigo? 

_ Eu sei. 

Se abraçaram e se beijaram pela primeira vez. E foi bem diferente para Estella, ela sentia como se estivesse flutuando e só existisse os dois no mundo. Não houve casamento mas ela viajou com Sam na lua de mel já que tinha sido paga pelo Henrique. Que ficou totalmente falido depois de ter fugido. 



* Se você chegou até aqui, tenho esperanças que tenha gostado nem que seja um pouquinho desse conto. É a primeira vez que escrevo e posto ao público, então pode ser que esteja bem cru ainda. Esse conto foi inspirado em um sonho que tive, trabalhei e melhorei alguns detalhes, mas baseado em sonhos, a gente sabe que pode ser meio fora da realidade hahaha 

Quando eu sonhei, foi bem mais fragmentado e intenso, principalmente quando Estella descobre o desejo de Sam por ela hahaha 

Bom, as vezes precisamos arriscar para ver no que vai dar né. Humildemente agradeço se chegou até aqui. Sua atenção é muito importante  para mim. Obrigada de coração. 

sábado, 14 de janeiro de 2023

Ela fica com a garota - Divagando Sempre

 


Ano da primeira publicação 2022

Páginas 368

Autor/a Alyson Derrick, Rachel Lippincott







Sinopse 

Alex Blackwood é teimosia com uma pitada de caos e uma boa dose de flerte. Ela sabe como ficar com a garota. Manter, no entanto, é outra história.



DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Depois de Fool me twice at Christmas fiquei com receio de ler outro romance ainda mais na perspectiva de duas personagens outra vez. Mas, como uma das escritoras é a mesma de A cinco passos de você, resolvi dar uma chance. Pois não é por causa de uma decepção que vou deixar de ler né. No meio de tantos livros, escritores e gêneros, vai ter aqueles que são decepcionantes mesmo...

Até gostei da Alex no início, mas quando conheci a Molly, me identifiquei mais com ela. Achei a Alex tão azarada. Logo de início ter uma cena constrangedora com o namorado da garota que ela dividiria o apartamento. Esses personagens não tem muita vergonha na cara né, andar só de toalhinha sabendo que outra pessoa vai morar ali hahaha 

Mas conforme vou conhecendo mais a Molly, uau, me apaixonei por ela. Já a Alex parece aqueles caras mulherengos que nunca sossega, do tipo que promete ser fiel a mulher e nunca é e ainda gosta de zombar das outras pessoas. Não gostei como ela tratou a Molly e fica claro porque sua namorada não confia nela. Se quero Molly e Alex juntas? De jeito nenhum. Mas não sou eu que escrevi a história, terei que aceitar o final. 

E cada vez que Alex tenta agir nessa história, gosto menos dela ainda. Ela é totalmente egoísta. O fato dela estar querendo impressionar a Natalie fazendo promessas de que mudou, só a torna mais desagradável. Porque se ela quisesse, teria ficado com a Cora e depois que ela descobriu que a Molly é apaixonada por ela, não gostei como ela disse que sabia do que a Cora gostava, já que tinha se interessado por ela. Que narcisista hahaha 

Acho que não gostei da Alex porque me identifiquei mais com a Molly. Sempre mantendo um amor a distância por não ter coragem de se aproximar, tem dificuldade em manter contato social com as pessoas. 

Acho que o erro da personalidade de Alex, é que as escritoras quiseram misturar sua fragilidade com a mãe e sua arrogância social. Natalie errou em uma coisa, ela não tem dificuldade em ser social, ela só afasta as pessoas porque é arrogante. E não deveria ser.

Eu mudaria isso nela. Ela teria problemas de relacionamentos fiéis com a namorada? Ok. Mas essa atitude não combina a garota solitária que tem problemas com a mãe. Alex não tem foco no seu futuro. Ela é superficial e só vai ajudar Molly, porque de qualquer forma ela não pode ficar com Cora, porque prometeu a Natalie ser fiel. Alex ajudando Molly por puro altruísmo?  Que piada. Só me fez odiá-la mais. 

Quando se trata de família, principalmente um pai ou mãe, é difícil vê-los estragar a vida em vícios como bebidas ou drogas. No caso da mãe da Alex são as bebidas. É muito comum vermos nessas histórias, mulheres que se entregam a bebida e tem relacionamentos abusivos com homens com os mesmos problemas e os filhos terem que sustentar os pais.

NESSA PARTE, fiquei com pena da Alex, mas ainda assim não justifica suas atitudes. Estou acostumada com personagens que passam por esse tipo de situação e são de longe, melhores que ela. Acho que para torná-la menos odiável,eu mudaria o modo como Natalie "terminou" com ela. Teria sido melhor se Alex a tivesse traído em um momento de bebedeira por estar desanimada com a situação de sua mãe e Natalie cansada de tentar ajudá-la e Alex só a afastasse, elas acabariam terminando quando Alex fosse para a faculdade. 

Eu queria que Alex acabasse ajudando a Molly de modo natural, não que tivesse tido interesse na Cora também, flertado com ela na cara da Molly, para depois vir querer ajudar só pensando que seria uma ótima ideia para convencer Natalie de que não é uma vadia e pode ter amigas de verdade. É, a Alex realmente não me conquistou. 


DIVAGAÇÕES COM SPOILER

Acho que a única coisa que achei interessante foi a reviravolta da Natalie, não imaginava que ELA é quem fosse a escrota da história. 

As histórias da Alex com sua mãe e da Molly com a dela, foram bem tensas, mas ainda acho que a Alex não precisava ser assim para mostrar que ela era fechada por causa dos relacionamentos de sua mãe. Achei que faltou mais ter falado sobre esse problema da mãe da Molly, não é porque você sofreu bullying por ser coreana que você vai negar suas origens. Eu acho que deveria ser o contrário, ter muito orgulho de onde você veio.

O modo como foi explicado o que a mãe da Molly passou foi muito superficial, não tem como tentar entender o lado dela. Por mais que o título seja Ela fica com a garota, não é específico qual das garotas estão falando e por mais que a narrativa na perspectiva de Alex e Molly, a da Alex foi bem mais detalhada. 

Parecia que a Alex era a protagonista, então não sei porque tinha a versão da Molly. Gostei do início dela, porque no final ela teve grandes progressos. Embora a Alex tenha tomado grandes atitudes em sua vida, não achei grande coisa. Ela ter sido cega em relação a Natalie foi surpreendente. 

Uma pena que depois de tantos anos gostando da Cora, Molly tomou outra decisão. Eu sei como é a gente se apaixonar por alguém que nós inventamos, mas como leitora, o caminho que Alex e Molly tomaram para chegarem onde chegaram, pelo menos para mim, não foi tão interessante. As duas começaram mal, eram totalmente o oposto uma da outra, sei que isso já é início de muito romance do tipo os opostos se atraem, mas não gostei. 

Durante a leitura só reclamei da Alex o tempo todo. Não sei onde a Rachel Lippincott meteu o dedo nessa história, mas ao contrário de A cinco passos de você, que diga-se de passagem eu amei, esse Ela fica com a garota não foi tão emocionante assim. Mesmo que tenha me identificado com a Molly, não me conectei de verdade com nenhuma delas. 

Claro, teve seus momentos, adorei o irmão da Molly e o patrão do food truck da Alex. A escrita é fluída e gostosa de se ler. Os diálogos são bons e a combinação de perspectivas diferentes das duas foram ótimas. Mas ainda assim faltou um pouco mais de química nessa história. 

Enfim, minha nota de satisfação pessoal 4,5/10

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