domingo, 15 de janeiro de 2023

[Review] Conversando com um serial killer: o canibal de Milwaukee - Divagando Sempre

 




Ano de lançamento 2022

1 temporada 3 episódios 



Sinopse 

Jeffrey Dahmer confessa seus crimes hediondos em entrevistas que revelam sua mente doentia.


Trailer







DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Eu prefiro ver mais um documentário com entrevistas, imagens ou gravações de áudio com os verdadeiros serial killers do que ver uma série ou filme romantizada dos mesmos. 

A história de Dahmer é mais um daqueles casos horríveis que acabam tornando esse tipo famoso, mas por outro lado, também acaba passando para as pessoas que esses assassinos são geralmente quem a gente menos espera que seja um criminoso. 

Aparentemente Dahmer é diferente por sua infância não ter sido abusiva, mas seus desejos sexuais não eram normais, pois envolviam violência, morte e no final canibalismo. 

17 jovens, entre eles, brancos, asiáticos e a maioria negros,  foram enfeitiçados pelo carisma de Dahmer, perdendo suas vidas no processo. 

Nos anos 80, 90, o homossexualismo não era bem aceito ( o que não muda muito nos dias de hoje ), e acredito sim que houve preconceitos por parte dos policiais que deixaram o jovem de 14 anos voltar para Dahmer porque ele apenas disse que era seu namorado. 

Havia testemunhas dizendo como encontraram o rapaz, mas como eram negras, preferiram acreditar na palavra de Dahmer, que era obviamente branco. Nem confirmaram a identidade do rapaz. E provavelmente nem se sentiram mal pelas próximas vítimas que Dahmer fez depois. Acho que faltou mostrar isso no doc, como esses policiais ficaram, sabendo que poderiam ter prendido um assassino naquela época. 

Eu não sabia o que tinha acontecido com ele, então se também não sabe, cuidado com o SPOILER

Sempre achei que nesses casos de assassinos em série, o pior lado é a defesa, porque muitas vezes você sabe que o seu cliente é culpado, mas precisa encontrar argumentos para provar sua inocência mesmo que seja alegando problemas mentais. Que é o que tentaram provar com Dahmer. 

Claro que todo serial killer não bate bem da cabeça, começando pelo prazer de matar né. No caso dele, ele era bem consciente do que fazia com suas vítimas, principalmente que nas gravações de áudio, você não sentia que ele tinha dúvidas quanto ao que fazia nem no julgamento não via culpa ou remorso. 

Claro que a Wendy, que o entrevistou e gravou suas confissões, teria certo apego à ele, mesmo passando horas ouvindo relatos macabros, porque ele era branco e charmoso. 

Ele ter pedido para sair da solitária e conviver com outros presos, era claramente uma nota de suicídio. Wendy tinha o alertado que se saísse da solitária, não sobreviveria. E foi o que aconteceu. Uma hora alguém tentaria matá-lo. 

Como em Milwaukee não tinha pena de morte, Dahmer pegou prisão perpétua, mas não era isso que as pessoas desejavam. Embora fosse melhor que ser considerado doente mental, trancado em um hospital psiquiátrico e depois solto na sociedade novamente. 

Agora fiquei curiosa para ver a série, porque pelo menos O enfermeiro da noite, foi até que bem fiel. 

O mais triste nesses julgamentos é quando as famílias das vítimas dão seu depoimento de toda dor e sofrimento que os acusados os fizeram passar. Tanto o enfermeiro quanto o canibal não esboçaram nenhum remorso ou arrependimento. 

Acho que toda história de serial killer é horrível, mas esse foi ao extremo. Dahmer enganou muita gente e feriu muitas também, não só as vítimas, mas suas famílias, além de seus vizinhos onde morava. 

O método como ele atraía os rapazes fica em alerta sempre. Nunca vá a casa de um estranho que acabou de conhecer, ainda mais oferecendo dinheiro para tirar fotos. Por mais que seja tentador, por mais que seu ego infle por ser considerado(a) um modelo, não aceite. 

Bizarro, terrível, triste. E mesmo que ele tenha tido um final merecido, mesmo que as famílias e amigos das vítimas tenham que seguir em frente, vai ser sem os filhos que não voltarão mais...

De tanto ver esses doc, você começa a se acostumar com a forma de filmagem, com as pesquisas as vezes fracas que fazem, com a aceleração no final, mas ainda assim, surpreende o tanto de maldade que habita no ser de algumas pessoas. E sempre fica aquele medo de quão próximo um assassino desse tipo pode estar de você. 

Minha triste nota para o doc 10/10


Noiva abandonada - Divagando Sempre

 * Nota de agradecimento no final




Estella tinha tudo para ser a mulher mais feliz e realizada do mundo. Tinha dois melhores amigos, Samuel e Amanda, tinha o trabalho perfeito e, estava prestes a se casar. 

Ela conhecia Samuel desde o ensino médio, mas não falavam sobre o fato dele ser gay, então ela não perguntava pensando que era difícil para ele sair do armário. Antes de se conhecerem e se tornarem melhores amigos, ela o tinha visto abraçado à outro garoto, pareciam bem íntimos e quando ela o conheceu, ele nunca falou nada sobre ser gay e ela decidiu não perguntar. Mesmo porque, ela achava que pelas atitudes dele, ele talvez não quisesse que ninguém soubesse. E por anos ele não namorou ninguém, o que reforçava sua ideia sobre a preferência sexual do amigo ser secreta. Ela achava que quando chegasse a hora, ele lhe contaria. 

Mas aí ela conheceu Amanda e se tornaram um trio inseparável. Até que Amanda engravidou e casou, nessa ordem mesmo. Amanda era oriental, descendente de japonês, sua gravidez foi um escândalo, ainda mais aos 20 anos. Mas Gabriel era tudo de bom para ela. Juntos, eram perfeitos.  E Gabriel acabou lhe apresentando Henrique, por quem se apaixonou. Ele era meio parecido com Sam, os dois eram loiros, olhos azuis, embora Sam fosse mais alto e magro, Henrique era mais encorpado, tinham várias coisas em comum e principalmente,  ele era hétero.  

Mas, como tudo na vida, nada é perfeito ou definido, pois Estella acabou sendo abandonada no dia do casamento. Já estava tudo pago pelo noivo, seu vestido estava no seu quarto pronto para ser usado, seus votos já estava impresso em sua mente de tanto que ensaiou, mas tudo pareceu se desfazer quando Henrique lhe disse:

_ Desculpe Estella, não é você, sou eu. Sinto muito mesmo cancelar em cima da hora, mas não posso me casar com você. 

Simples assim. Sem mais explicações, Henrique apenas deixou Estella e sumiu do mapa. 

Quando ela acordou naquela manhã, poderia ter desconfiado de seu triste destino quando ao abrir a janela, ver o céu desabando em água. E recebendo a notícia do abandono de Henrique por telefone, tão covarde que nem teve coragem de lhe dizer pessoalmente. 

Mas corajosa como era, reuniu seus dois melhores amigos, que ela sabia que eles entenderiam o que ela estava prestes a fazer. Assim que chegaram, ela os informou que eles teriam uma grande aventura pela frente. Ela vestiu seu vestido de noiva e declarou aos amigos, que seria um desperdício não usá-lo e também que doariam toda a comida e bebida da festa, já que estava tudo pago. 

Apesar de em cima da hora, não estranhou que a família de Henrique não ficasse surpresa com o cancelamento do casamento, mas ainda assim, tentou avisar todos os convidados possíveis. 

Quando ela conseguiu ir até a igreja, a chuva já tinha diminuído e os enfeites já estavam sendo retirados. Partiu seu coração que seu sonho não se realizaria. O padre se aproximou correndo achando que teria casamento, já que Estella estava vestida de noiva. Mas ficou triste quando ela confirmou que não, que o noivo havia cancelado. Não tinha motivos para ela ter vergonha do padre, quantas noivas eram abandonadas não é mesmo?

Ele então a abençoou e ela perguntou um local onde poderia doar a comida do casamento. Ele logo se animou, doações eram sempre bem vindas, não importava de que forma era. Ele indicou um local e Estella se dirigiu para lá com os amigos. 

Não se importou com os olhares de admiração ou de pena quando a viam vestida de noiva ou quando descobriam que tinha sido abandonada. Um senhorzinho lhe pegou a mão e carinhosamente lhe disse que Deus havia lhe tirado a pessoa errada e colocaria a certa em seu caminho. Ela quis chorar, mas segurou porque não era hora para sentir pena de si mesma. Tanto desabrigado sem família e sem comida, ser abandonada era o de menos. 

Os doces da festa ela levou para um orfanato e mais uma vez sentiu vontade de chorar, vendo todas aquelas crianças sem lar, se divertindo e sujando os rostinhos com chocolate. Não eram muitos doces, porque no casamento não haveria muitas crianças, mas foi o suficiente para aquelas que dariam trabalho depois para as cuidadoras do orfanato com tanto açúcar no sangue. Ela deixou o bolo do casamento também, que era de três andares, deixando o menor para ela claro, pois ela também adorava doces. 

As bebidas foram para um bar, onde o dono era um conhecido seu e lá, ela bebeu até sentir que suas pernas não a sustentavam mais. Amanda achou que ela fosse chorar, mas Estella apenas dançou até ficar descabelada e seu vestido sujo nas barras. Alguém ali achou que era uma despedida de solteira mas Estella disse que era uma despedida de quase casada. Sam achou que ela fosse chorar, mas mais uma vez ela foi forte. Mas ele sentiu que era hora de levar a noiva para casa. 

Amanda queria ficar com a amiga e mesmo Gabriel dizendo para ela cuidar de Estella, ela queria voltar para casa também, pois tinha ficado o dia todo fora e sabia que Gabriel se sentia culpado por Henrique ser seu amigo, mas como ela sentiu que Sam podia fazer isso, cuidar da amiga, ela decidiu ir embora. Mesmo porque, sabia como Sam amava Estella.

Achando que Estella dormia largada no sofá, Amanda perguntou se tudo bem para ele ficar ali. Quando ele confirmou, ela não aguentou e perguntou. 

_ Você a ama né? 

_ Claro que amo, assim como amo você,  seu filho e seu marido. 

_ Eu sei, mas eu falo de outro jeito. 

Ele tinha entendido claro, mas não queria explicar por causa de um mau entendido que até agora ele não conseguia desfazer. Suspirou ao dizer:

_ Sim, eu sei, mas ela acha que sou gay.

_ O que? Mas por que? 

_ Também não sei, mas não consegui contar à verdade e depois ela conheceu o Henrique e estava toda apaixonada e eu tinha perdido minha chance de explicar. 

Amanda o abraçou e o deixou cuidando da amiga. Porém, Estella havia escutado tudo e se sentiu tremendamente idiota por ter tirado conclusões precipitadas. Achava que Sam não tinha saído do armário, por isso não ficava com ninguém. Para início de conversa, se eram melhores amigos, ela deveria ter questionado primeiro sua sexualidade antes de pensar coisas só por tê-lo visto abraçado com outro cara. 

Se sentia envergonhada e não queria mais se levantar até Amanda voltar, mas ela estava apertada e entre enfrentar Sam ou fazer xixi no vestido, ela preferia a primeira opção, então se mexeu e tentou se levantar. 

Ele veio para seu lado na hora e perguntou se ela precisava de algo. Ela só disse xixi e ele a levou para o banheiro. Então se lembrou de todas as vezes em que ele estava no quarto com ela e ela ao trocar de roupa na frente dele, ele sempre dava um jeito de desviar os olhos para outra coisa para não vê-la nua. 

Ele a deixou na porta e foi para a sala. Ela fez seu xixi e decidiu tomar um banho. Mas não conseguia abrir o vestido. Foi até a sala e pediu para ele ajudá-la. Quando ele tocou sua pele, ela sentiu uma faísca, mas achou que era por causa da bebida e por estar carente. 

Tomou seu banho e ao sair, enrolada na toalha, sentou na privada e começou a chorar. Dessa vez ela deixou tudo sair e seus soluços devem ter chamado a atenção de Sam, que veio com roupas confortáveis para ela. Lhe ajudou a vestir, tendo o cuidado de não olhar para o corpo nu dela, secou seu cabelo, deu bolo para ela, que comeu com gosto e deitaram juntos no sofá. Ele perguntou se ela queria ver algum filme, mas ela fez que não. Estar aninhada nos braços dele como tantas outras vezes, era reconfortante, embora dessa vez, sentisse algo diferente. 

Ela dormiu quase instantaneamente no calor do corpo de Sam,  mas acordou logo cedo e se moveu entre o corpo dele, ela percebeu como ele a desejava. Mas não queria lhe contar que gostava dele desde o ensino médio mas que depois  achou que ele fosse gay, como dizer agora o motivo sem parecer boba?

Sam acordou e ficou visivelmente consciente do seu desejo e com vergonha disse que precisava ir ao banheiro. Por sorte Amanda chegou e Sam foi embora. 

Estella abraçou a amiga e lhe contou que escutou tudo na noite passada e confessou que amava o amigo desde o ensino médio, mas que um dia o tinha visto abraçado com outro garoto e por isso achou que ele fosse gay.  Amanda não resistiu e chorou de tanto rir das trapalhadas da amiga. 

_ Jesus Estella, porque nunca me contou isso? Eu poderia ter esclarecido isso a muito tempo. 

Estella encarou a amiga com os olhos esbugalhados. 

_ Como assim? Ele não parecia gay pra você?

_ Não. Eu sempre soube que ele tinha uma quedinha por você. Não entendia porque você não ficava com ele, agora tá explicado. 

_ Mas e ele abraçado com o garoto?

_ Porque não pergunta para ele? 

_ O que? Agora? 

_ Não, mas quando ele voltar a noite. Porque ele vai voltar, mesmo tendo receios ou medo, ele sempre vai voltar pra você. 

Estella estava ansiosa, nem pensava mais em Henrique e na dor de ser abandonada, ela pensava naquele garoto tímido que cresceram juntos e no entanto, a quem não conhecia de verdade. 

Amanda via a ansiedade da amiga e secretamente havia enviado uma mensagem enigmática para Sam dizendo apenas: é hoje. Venha lindo e cheiroso. 

Quando a campainha tocou, Amanda foi atender toda alegrinha e deu um abraço no amigo e sussurrou no ouvido dele: cuida bem dela. 

Estella ainda estava no quarto quando ouviu a campainha. Ela se demorou escolhendo o que usar, parecia até que iria sair para um encontro. Quando foi para a sala, a danada da Amanda tinha ido embora sem se despedir. 

Sam estava no sofá, quantas vezes ele ficou ali em outras eras, pois era o que parecia,  que isso tinha sido anos atrás e não poucos dias antes do casamento. Ele também parecia sem jeito. 

Ela foi até ele como sempre, lhe abraçou e deu um beijo no rosto. Pequenos gestos de sempre agora pareciam ter outro significado. Seu coração parecia querer saltar do seu peito. Então ele perguntou como ela estava. Quantas vezes ela escutou essa voz e no entanto, agora, a fazia se sentir nas nuvens. 

Ela respondeu que bem e ficaram em um silêncio constrangedor. Então ela respirou fundo e fez a pergunta que ele esperou todos esses anos. 

_ Sam, você é gay?

Foi assim, simples, curta e direta. Ele a olhou com um certo alívio e o sorriso mais lindo que ela já tinha visto naquele rosto. 

_ Não. 

As misturas de sentimentos no rosto de Estella foram de alívio e vergonha. Principalmente quando ele perguntou:

_ Por que você acha isso? 

Ela ficou vermelha no rosto e no pescoço. Tinha vontade de se esconder. Não tinha coragem de olhar para ele, mas ainda assim respondeu:

_ Quando estávamos no ensino médio, antes de nos conhecermos, eu te vi abraçado com um garoto. Vocês pareciam bem íntimos. 

Ele pensou e então com tristeza disse:

_ Ah! Você está falando do meu irmão. Ele tinha câncer, não tinha muito tempo, mas aquele dia ele se sentia bem então queria ver o por do sol daquele ponto onde dava para ver a escola. Ele não pôde ir normalmente e desejou que eu vivesse dias felizes,  cheios de aventuras e conhecesse alguém especial. Ele morreu dias depois e então te conheci. Mas estranhamente você achava que eu era gay e não consegui dizer que não era e depois o tempo passou e fiquei com medo de perder sua amizade. 

Estella riu apesar do momento triste. 

_ Sinto muito pelo seu irmão. Você nunca me falou dele. 

_ Já era difícil ser o amigo gay, não queria que ficasse com mais pena de mim. 

_ Desculpe ter tirado conclusões precipitadas. Por isso achava estranho eu sentir atração por você mesmo você ser gay. O que agora está explicado que não é.

_ Desculpe não ter contado antes. 

_ Por isso você nunca namorou ninguém e fugia dos encontros que eu marcava para você. 

_ Eu sempre te amei e se fosse para ficar com você como amiga, para mim era o suficiente. Mas espera, você sentia atração por mim?

_ Bom, ainda sinto, acho que só ia me casar com o Henrique porque não podia ficar com você. 

_ Sabia que ele era meio parecido comigo? 

_ Eu sei. 

Se abraçaram e se beijaram pela primeira vez. E foi bem diferente para Estella, ela sentia como se estivesse flutuando e só existisse os dois no mundo. Não houve casamento mas ela viajou com Sam na lua de mel já que tinha sido paga pelo Henrique. Que ficou totalmente falido depois de ter fugido. 



* Se você chegou até aqui, tenho esperanças que tenha gostado nem que seja um pouquinho desse conto. É a primeira vez que escrevo e posto ao público, então pode ser que esteja bem cru ainda. Esse conto foi inspirado em um sonho que tive, trabalhei e melhorei alguns detalhes, mas baseado em sonhos, a gente sabe que pode ser meio fora da realidade hahaha 

Quando eu sonhei, foi bem mais fragmentado e intenso, principalmente quando Estella descobre o desejo de Sam por ela hahaha 

Bom, as vezes precisamos arriscar para ver no que vai dar né. Humildemente agradeço se chegou até aqui. Sua atenção é muito importante  para mim. Obrigada de coração. 

sábado, 14 de janeiro de 2023

Ela fica com a garota - Divagando Sempre

 


Ano da primeira publicação 2022

Páginas 368

Autor/a Alyson Derrick, Rachel Lippincott







Sinopse 

Alex Blackwood é teimosia com uma pitada de caos e uma boa dose de flerte. Ela sabe como ficar com a garota. Manter, no entanto, é outra história.



DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Depois de Fool me twice at Christmas fiquei com receio de ler outro romance ainda mais na perspectiva de duas personagens outra vez. Mas, como uma das escritoras é a mesma de A cinco passos de você, resolvi dar uma chance. Pois não é por causa de uma decepção que vou deixar de ler né. No meio de tantos livros, escritores e gêneros, vai ter aqueles que são decepcionantes mesmo...

Até gostei da Alex no início, mas quando conheci a Molly, me identifiquei mais com ela. Achei a Alex tão azarada. Logo de início ter uma cena constrangedora com o namorado da garota que ela dividiria o apartamento. Esses personagens não tem muita vergonha na cara né, andar só de toalhinha sabendo que outra pessoa vai morar ali hahaha 

Mas conforme vou conhecendo mais a Molly, uau, me apaixonei por ela. Já a Alex parece aqueles caras mulherengos que nunca sossega, do tipo que promete ser fiel a mulher e nunca é e ainda gosta de zombar das outras pessoas. Não gostei como ela tratou a Molly e fica claro porque sua namorada não confia nela. Se quero Molly e Alex juntas? De jeito nenhum. Mas não sou eu que escrevi a história, terei que aceitar o final. 

E cada vez que Alex tenta agir nessa história, gosto menos dela ainda. Ela é totalmente egoísta. O fato dela estar querendo impressionar a Natalie fazendo promessas de que mudou, só a torna mais desagradável. Porque se ela quisesse, teria ficado com a Cora e depois que ela descobriu que a Molly é apaixonada por ela, não gostei como ela disse que sabia do que a Cora gostava, já que tinha se interessado por ela. Que narcisista hahaha 

Acho que não gostei da Alex porque me identifiquei mais com a Molly. Sempre mantendo um amor a distância por não ter coragem de se aproximar, tem dificuldade em manter contato social com as pessoas. 

Acho que o erro da personalidade de Alex, é que as escritoras quiseram misturar sua fragilidade com a mãe e sua arrogância social. Natalie errou em uma coisa, ela não tem dificuldade em ser social, ela só afasta as pessoas porque é arrogante. E não deveria ser.

Eu mudaria isso nela. Ela teria problemas de relacionamentos fiéis com a namorada? Ok. Mas essa atitude não combina a garota solitária que tem problemas com a mãe. Alex não tem foco no seu futuro. Ela é superficial e só vai ajudar Molly, porque de qualquer forma ela não pode ficar com Cora, porque prometeu a Natalie ser fiel. Alex ajudando Molly por puro altruísmo?  Que piada. Só me fez odiá-la mais. 

Quando se trata de família, principalmente um pai ou mãe, é difícil vê-los estragar a vida em vícios como bebidas ou drogas. No caso da mãe da Alex são as bebidas. É muito comum vermos nessas histórias, mulheres que se entregam a bebida e tem relacionamentos abusivos com homens com os mesmos problemas e os filhos terem que sustentar os pais.

NESSA PARTE, fiquei com pena da Alex, mas ainda assim não justifica suas atitudes. Estou acostumada com personagens que passam por esse tipo de situação e são de longe, melhores que ela. Acho que para torná-la menos odiável,eu mudaria o modo como Natalie "terminou" com ela. Teria sido melhor se Alex a tivesse traído em um momento de bebedeira por estar desanimada com a situação de sua mãe e Natalie cansada de tentar ajudá-la e Alex só a afastasse, elas acabariam terminando quando Alex fosse para a faculdade. 

Eu queria que Alex acabasse ajudando a Molly de modo natural, não que tivesse tido interesse na Cora também, flertado com ela na cara da Molly, para depois vir querer ajudar só pensando que seria uma ótima ideia para convencer Natalie de que não é uma vadia e pode ter amigas de verdade. É, a Alex realmente não me conquistou. 


DIVAGAÇÕES COM SPOILER

Acho que a única coisa que achei interessante foi a reviravolta da Natalie, não imaginava que ELA é quem fosse a escrota da história. 

As histórias da Alex com sua mãe e da Molly com a dela, foram bem tensas, mas ainda acho que a Alex não precisava ser assim para mostrar que ela era fechada por causa dos relacionamentos de sua mãe. Achei que faltou mais ter falado sobre esse problema da mãe da Molly, não é porque você sofreu bullying por ser coreana que você vai negar suas origens. Eu acho que deveria ser o contrário, ter muito orgulho de onde você veio.

O modo como foi explicado o que a mãe da Molly passou foi muito superficial, não tem como tentar entender o lado dela. Por mais que o título seja Ela fica com a garota, não é específico qual das garotas estão falando e por mais que a narrativa na perspectiva de Alex e Molly, a da Alex foi bem mais detalhada. 

Parecia que a Alex era a protagonista, então não sei porque tinha a versão da Molly. Gostei do início dela, porque no final ela teve grandes progressos. Embora a Alex tenha tomado grandes atitudes em sua vida, não achei grande coisa. Ela ter sido cega em relação a Natalie foi surpreendente. 

Uma pena que depois de tantos anos gostando da Cora, Molly tomou outra decisão. Eu sei como é a gente se apaixonar por alguém que nós inventamos, mas como leitora, o caminho que Alex e Molly tomaram para chegarem onde chegaram, pelo menos para mim, não foi tão interessante. As duas começaram mal, eram totalmente o oposto uma da outra, sei que isso já é início de muito romance do tipo os opostos se atraem, mas não gostei. 

Durante a leitura só reclamei da Alex o tempo todo. Não sei onde a Rachel Lippincott meteu o dedo nessa história, mas ao contrário de A cinco passos de você, que diga-se de passagem eu amei, esse Ela fica com a garota não foi tão emocionante assim. Mesmo que tenha me identificado com a Molly, não me conectei de verdade com nenhuma delas. 

Claro, teve seus momentos, adorei o irmão da Molly e o patrão do food truck da Alex. A escrita é fluída e gostosa de se ler. Os diálogos são bons e a combinação de perspectivas diferentes das duas foram ótimas. Mas ainda assim faltou um pouco mais de química nessa história. 

Enfim, minha nota de satisfação pessoal 4,5/10

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

O mochileiro Kai: Herói ou assassino? - Divagando Sempre

 




Ano de lançamento 2023

Duração 1h 25m

Direção Colette Camden



Sinopse 

 No ano de 2013, após um crime de ódio, um jornal local chega até a cena do crime para tentar descobrir o que de fato aconteceu. Logo, descobrem que um mochileiro chamado Kai salvou o dia ao ajudar uma mulher de um ataque de um homem em fúria. Ao entrevistar o rapaz, ele se mostra praticamente um meme ambulante. O vídeo da entrevista viraliza e, em poucos dias, o jovem alcança um sucesso inimaginável. O que poucos sabiam é que esse mesmo rapaz poderia ser também um assassino a sangue frio.


Trailer 








DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Documentários, principalmente os criminais, são interessantes e assustadores. Por exemplo, Kai é um mochileiro que parece inofensivo, alegre, de bem com a vida e ao mesmo tempo assustador, bêbado ou drogado. 

Kai ficou famoso quando pegava carona e presenciou um acidente de carro, onde o motorista parecia ter feito de propósito com motivos racistas e ainda tentou agredir uma mulher que tentava ajudar a vítima. Kai sem pensar duas vezes, acerta o motorista com seu machado e durante sua primeira e única entrevista com Jessob, viraliza na internet. 

Todos querem um pouco de Kai e o único que consegue entrar em contato com ele é Jessob. A essa altura, alheio a sua fama, Kai continuava pegando carona e fazendo o que lhe dava vontade. Então aceitou conversar com Jessob e ir para Hollywood fazer uma entrevista no programa de Jimmy Kimmel.

Mas, conforme os produtores vão passando o tempo com ele, descobrem que Kai é incontrolável, sendo até expulso do hotel onde estavam hospedados.  

No julgamento do motorista que Kai bateu com a machadinha, ele explicou em detalhes o que tinha acontecido. Nesse momento, algumas questões minhas foram respondidas. 

Um primo seu acabou tomando conhecimento de sua fama e contando mais um pouco sobre Kai e assim sua mãe também acaba dando entrevistas. 

Mesmo famoso, as coisas que ele dizia deixavam alguns meio incomodados com a forma como ele via as coisas. Kai não era só livre de espírito, ele tinha uns pensamentos um tanto que sombrios. E na era da internet, muitos internautas apoiavam seu método meio violento de resolver as coisas. 

Mas foi com a morte de um advogado idoso que Kai acabou sendo preso. 

Como o advogado não foi trabalhar na manhã de segunda e seu vizinho ao conferir a casa, vê o jornal no quintal de domingo e segunda, fazendo com que ele chamasse a polícia, sendo então, encontrado o corpo do advogado brutalmente assassinado. 

Investigações levaram as suspeitas até Kai que foi preso. Durante seu interrogatório, ele diz que foi drogado e estuprado pelo advogado e que o matou em legítima defesa. Mas as investigações levam para outro caminho. Sendo assim, Kai de herói passa para assassino em menos de 3 meses após sua fama e é condenado a 57 anos de prisão. 


Acho que o caso de Kai é como aquela expressão que diz: as aparências enganam. Ainda assim, acho que as pessoas gostam desse tipo de personalidade.  Eu confesso que tenho receio, porque por mais que ele quisesse passar a imagem de que era um espírito livre, por mais que andar com uma machadinha sendo mochileiro solitário seja aceitável, usá-la daquela forma para agredir alguém? Assustador. 

Eu havia me questionado que forma ele tinha usado a machadinha, pois o motorista sobreviveu, mas depois explica melhor durante o julgamento do motorista.  Ainda assim, é meio perturbador que alguém cometa um ato desses e na entrevista conte todo animado como se tivesse acabado uma partida de futebol. 

E ele era bem instruído pois conhecia um pouco sobre as leis. E sendo alguém que não tinha endereço fixo e difícil de encontrar, me pergunto que perigos ele enfrentou ao pegar caronas com desconhecidos e que perigo ele representou para os mesmos. 

No mais, por ser um doc curto, na minha opinião poderiam ter explorado essa história bem mais. 

Fiquei curiosa nos motivos de Kai ter se tornado mochileiro, sua infância foi meio exposta mas com aquele ar de dúvida de até que ponto a violência e abuso que ele sofreu foi real? Ele foi mesmo drogado e abusado pelo advogado? Qual seus motivos para cometer esse crime? 

Mas uma coisa clara nesse doc todo, é que a única coisa que queriam dele, era aumentar a fama e audiência de seus programas usando o nome, imagem e a história de Kai. 

Enfim, minha nota de satisfação pessoal 8,5/10

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Crescidinhos temp 2 - Divagando Sempre

 




Ano de lançamento, inicialmente foi gravado nos anos 1990 mas só saiu episódios após os anos 2000 para a Netflix. 


Sinopse 

Crianças de 2 a 4 anos, recebem pequenas tarefas de adultos, como comprar algo no mercado, atravessar ruas, as vezes pegar ônibus, tudo sozinhas. 








DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

É segunda temporada na Netflix mas esse programa já vem sendo filmado desde os anos 1990. Geralmente é em local tranquilo e onde a família mora perto dos mercados, quer dizer, pelo menos nos primeiros anos né, pois com o crescimento e modernidade, os locais mudam também. 

A intenção do programa é mostrar a independência de cada criança, que varia nas idades entre 2 a 5 anos. 2 aninhos parece complicado mas as crianças até que dão conta. 

Na primeira temporada teve um episódio que foi muito emocionante porque a garotinha passou do local que deveria ir e voltou pra mãe chorando, mas não desistiu e tentou mais uma vez. 

Nessa segunda o primeiro episódio não parecia, mas acabou rendendo lágrimas da minha parte. Ken tem 5 anos e sua mãe o mandou para a tarefa de comprar Yakissoba, broto de feijão e pão.  Ele fez 3 viagens porque nas duas primeiras não estava encontrando os produtos. Mas o final, foi inédito, porque mostrou Ken 17 anos depois das gravações, mas o motivo vocês devem ver hahaha 

No segundo episódio, Yukiko e Keisuke estão em um festival da família e a mãe pede que Keisuke vá comprar lenha e pegue cebolinha na casa de Yukiko. Os dois de 4 anos, andam uma distância de quase 30 minutos e no final, Keisuke quase desiste porque está cansado de levar a lenha sozinho. 19 anos depois mostra como os dois amigos cresceram e com o que trabalham. 

No terceiro episódio, dois irmãos  Aya e Sho, pegam uma balsa e um bondinho para comprar Yakissoba e remédio para a mãe. Na volta eles brigam mas conseguem cumprir a tarefa. 25 anos depois, é a vez do filho de Aya, tentar sua primeira tarefa e o tio, disfarçado, tenta acompanhar o pequeno. 

Quarto episódio Koki e Hana,  dois irmãos, vão de ônibus até um pequeno shopping pegar o relógio novo encomendado para a casa nova deles. No caminho de volta, Koki quase perde o dinheiro das passagens e eles vão para a casa velha, mas a mamãe disse que os esperaria na casa nova. Então, sem ninguém, Koki decide procurar a mamãe e Hana vai atrás algum tempo depois, mas por outro caminho. Mas no fim, eles se encontram. 11 anos depois, mostra os dois adolescentes já. 

Quinto episódio Kiryu e Arya, ele com 2 anos e ela com 4, vão fazer sua primeira tarefa juntos. A mamãe falou que Arya agora seria a mamãe e para Kiryu obedecer a irmã. Apesar da tarefa parecer simples, no meio do caminho o papai aparece e acrescenta mais uma tarefa aos pequenos. Levar duas garrafas de água para a  vovó que mora mais acima do mercado. A distância é longa, mas eles conseguem cumprir a tarefa e são o casal de irmãos mais unidos que já vi até então. 

Episódio seis, Haruto com 3 anos, tem sua primeira tarefa, levar a garrafinha de água para seu irmão de 5 anos na escola. Eles estudam na mesma escola mas Haruto fica só de manhã. Ele tem que voltar para a escola e deixar a garrafinha e depois comprar tangerinas no mercado. Ele deixa seu irmão mais velho orgulhoso por conseguir cumprir a tarefa sozinho. 

No episódio 7, Ayanosuke de quase 5 anos e não gosta de fazer muitas coisas, mas a mamãe acaba lhe dando uma tarefa que a primeira vista ele não quer fazer, mas acaba aceitando. Ele vai levar uma gelatina que a mamãe fez para um amigo do papai que mora ali perto. Alguns episódios são de 2015 para frente então não mostra o depois que cresceram. 

No episódio 8, Ruri de 3 anos faz sua primeira tarefa. Como moram em um local onde não tem muitos mercados, a mamãe encontrou um local onde umas senhoras se encontram e deu a tarefa para Ruri ir até lá e comprar farinha e mandar arrumar sua calça de trabalho que está furada.  A distância não é longe e Ruri cumpre sua tarefa com sucesso. 

No episódio 9, Yunika de 2 anos e sua irmã Nikona de quase 5 anos tem a tarefa de comprar alguns itens no mercado e levar um vaso de flor para a casa da vovó, mas no meio do caminho, elas esquecem o que tinham que comprar e voltam para perguntar para a mamãe. A mais nova já cansada desiste de ir junto e Nikona vai sozinha, apesar da dificuldade de lembrar o nome do item para comprar, ela cumpre a tarefa com sucesso. 

No episódio 10, Kureha tinha 2 anos quando a mamãe ficou doente, passando mais tempo no hospital do que em casa. Então, quando ela fez 4 anos, Kureha disse a mamãe que se ela pedisse ela iria visitá-la no hospital sozinha, então a mamãe decidiu deixá-la cumprir sua primeira tarefa. Mas, na hora de ir, Kureha viu que talvez ir sem o papai pode ser um pouco difícil...


Quem é mãe ou pai, sabe como é difícil dar independência aos filhos, imagine com a idade de 3 a 5 anos. O bom do programa é que as crianças são acompanhadas por câmeras e geralmente são conhecidas na cidade. Claro que, não dá para fazer isso em qualquer lugar do mundo, mas no Japão a educação é completamente diferente. Algumas crianças já vão para a escola sozinhas, geralmente com uma mais velha liderando o grupinho. 

As histórias mais antigas são emocionantes porque algumas mostram anos depois das crianças terem crescido. Li comentários negativos sobre a série e cheguei a conclusão, que o ser humano realmente é complicado hahaha nunca estão satisfeitos com nada. 

Como eu disse, o Japão a educação no trânsito é completamente diferente do Brasil. Aqui somos atropelados na faixa de pedestre e o motorista ainda é capaz de buzinar e nos xingar hahaha claro que o Japão não é um lugar perfeito, também tem lá seus crimes e acidentes, mas a lei é rigorosa e por isso o crime não é incentivado. 

Mas desviei do assunto novamente. Em crescidinhos, não é absurdo deixar os pequenos irem sozinhos as compras porque não estavam de fato completamente sozinhos. Nenhuma mãe deixaria isso acontecer na realidade. Se já acompanhados com os câmeras disfarçados as deixaram preocupadas, imaginem sozinhas mesmo. Eu não teria coragem de fazer isso com meus filhos, primeiro porque no Brasil não existe segurança em idade nenhuma, segundo que a educação aqui é diferente, mas isso não quer dizer que vou criticar negativamente o programa só porque não concordo com os métodos. É só não assistir. Eu acho ridículo alguns reality de namoro, nem por isso saio criticando, só não assisto.

Enfim, algumas crianças eram bem mimadas e dependentes e os pais sentiam dúvida e insegurança se as crianças conseguiriam cumprir a tarefa. Após uma grande aventura dessas, eles provaram que além de terem se divertido e apesar do cansaço, conseguem fazer qualquer coisa.

Minha nota de satisfação pessoal 10/10


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