Olá Divas e Divos leitores. Hoje trago essa história forte e chocante.
A HISTÓRIA
Hephzibah e Rebecca, são irmãs gêmeas, porém, completamente diferentes uma da outra. Enquanto Hephzibah é linda e espirituosa, Rebecca é mais recatada por sofrer da Síndrome de Treacher Collins, que deformou todo seu rosto. Apesar das diferenças, as duas brigam, se defendem e se amam como qualquer irmã. O diferencial, é a prisão em que elas vivem.
O pai, um fanático religioso e pastor da comunidade, controla a casa do seu jeito e a mãe é totalmente submissa ao marido. Rephzi e Rebecca cresceram praticamente isoladas, tendo recebido aulas da mãe em casa e ajudado o pai com as coisas da igreja. Até que, Rephzi quer porque quer estudar na escola como qualquer adolescente normal. E por um tempo ela consegue se sentir assim, mas, por sentir vergonha da aparencia de sua irmã, ela a evita na escola a deixando sozinha e acaba se apaixonando por um garoto. Suas mentiras e sua inocência quanto a relacionamentos acabam culminando em uma tragédia e Rebecca agora precisa encontrar um modo de se libertar das garras do pai.
Ano de publicação 2013
Páginas 256
Autor/a Louisa Reid
Minhas divagações
A história em si é extremamente forte, aborda sentimentos e situações complexas, porém, a autora não soube trabalhar muito bem com suas personagens. A maior parte da leitura, embora sabemos que as gêmeas sejam vítimas, Hephzibah era a irmã linda totalmente clichê. Quando foi para a escola e fez amigos, abandonou totalmente a irmã e ainda a usava para encobrir suas fugas para sair e se encontrar com o menino por quem se apaixonou. Típica menina linda mas burra demais. Passei a maior parte do livro odiando essa menina.
A leitura é dividida entre o presente, na visão de Rebecca e no passado, antes de sua morte, na visão de Hephzibah. O mistério não era sua morte em si, mas em COMO ela teria morrido. Ficava implícito que teria sido o pai, devido a seus atos de violência. Mas ainda ficava em como ela teria morrido sem ninguém culpar o pai. E confesso que tudo foi meio decepcionante no final. Tanta dor, sofrimento, perda da infância e adolescência e no entanto, o casal teve aquele final. Acho que mereciam muito mais.
Confesso que demorei meses para terminar a leitura. Primeiro porque o sofrimento das meninas era triste demais, depois porque a Hephzibah era meio insuportável. Entendo a novidade de ir para a escola e fazer amigos, se apaixonar, mas ela sempre teve somente a irmã e depois que foi para a escola a abandona assim? Não é a toa que teve aquele final. Tudo bem que era ingênua, mas acreditar que o namorado a acolheria em sua casa só por serem namorados? Ela nem tinha coragem de contar o que passava em casa.
Da mesma forma que Rebecca. Teve tanto medo de pedir ajuda depois da morte da irmã, teve tanto medo que o pai fosse encontrá-la se fugisse. Mas quando ficou sobre a proteção do amigo que trabalhava com ela e que tinha família, o pai não foi atrás dela. Achei que talvez a autora não soube trabalhar bem essa parte, ou foi proposital, querendo mostrar o que o isolamento e a violência por parte do pai fizeram com o psicológico dela, que mesmo estando livre, sentia que ele poderia levá-la e agredí-la novamente. Vamos acreditar que seja a última opção.
Agora, não nego que a revelação da mãe foi chocante. Fez muito sentido toda essa vida de sofrimento, embora as meninas não tivessem culpa de suas escolhas. O crescimento de Rebecca, sua superação e como decidiu viver sua vida foi a melhor coisa da história toda. Só acho que o pai deveria ter tido um final mais satisfatório para tudo o que fez. Achei meio decepcionante depois de sentir ódio e nojo deles durante toda a leitura. E com certeza Rebecca é a heroína da história, por tudo o que passou e por sua inteligência mesmo sendo isolada do mundo, descobriu e aprendeu mais coisas do que sua irmã. Que foi ingênua demais achando que seria fácil fugir do pai se tivesse um namorado.
Não lembro se chorei em algum momento, mas se chorei, provavelmente foi com a coragem de Rebecca. Desde o início nunca gostei da Hephzibah, mesmo antes dela ir para a escola já era meio insuportável. Acho que se ela tivesse uma personalidade melhor, sua morte teria sido muito mais impactante. Mesmo Rebecca sendo diferente, se a irmã a tivesse mantido junto na escola, se a protegesse, sua perda teria sido bem mais triste. Rebecca tentou avisar a irmã de seus erros, a protegeu até o final, acho que faltou um pouco mais de determinação nessas meninas para conseguirem ajuda ou serem livres. Realmente é difícil convencer alguém que segue um pastor que vive de aparências, mas no corpo de Rebecca estava todos os sinais de violência. Qual seria a explicação do pai para as agressões? Acho que faltou isso, elas terem tentado denunciar o pai e falhado. Em nenhum momento isso aconteceu. Elas tinham certeza que ninguém acreditaria. Talvez a autora queria mostrar então o quão inocente eram para não buscar ajuda.
No mais, foi a leitura mais dolorosa da minha vida. O maior sentimento foi ódio, tanto pelo pai e pela mãe, como pela Hephzibah. Somente nos capítulos finais que a leitura finalmente decolou e consegui terminar de ler porque queria descobrir como Hephzibah morreu. Enfim, não recomendo se for sensível ao assunto. Tem muita agressão física, psicológica... o que para mim valeu a leitura foram as revelações finais.
Nota pessoal 8/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário