Os miseráveis - Divagando Sempre

 Ano da primeira publicação 1862

Páginas ( versão que eu li) 1976

Autor Vitor Hugo 

Sinopse 

Les Misérables (Os Miseráveis) é um romance de Vitor Hugo publicado em 1862 que deu origem a muitas adaptações, no cinema e muitas outras mídias. Neste romance emblemático da literatura francesa que descreve a vida das pessoas pobres em Paris e na França provincial do século XIX, o autor se concentra mais particularmente no destino do condenado Jean Valjean.

DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Confesso que esse pode ser o maior desafio da minha vida. Não pelo livro ser longo, mas talvez pela escrita, embora tenha sido atualizado, pelo menos a versão que estou lendo, mas pela mistura de história e personagens. 

Primeiro conhecemos a história do padre Myriel e de sua bondade extrema, ele literalmente não tem nada e o pouco que tem, dá aos mais necessitados. É nessa parte que conhecemos Jean Valjean, que foi preso por 19 anos depois de tentar roubar pão para sua família não morrer de fome. 

Após isso, Jean Valjean vendo como todos o maltratavam por ter sido preso e ninguém o quis aceitar nas estalagens, acabou sendo abrigado pelo bondoso padre, ele acaba fugindo com a prataria e sendo preso. Mas, Myriel diz aos policias que ele havia "dado" de presente os castiçais ao homem que foi libertado. 

Jean Valjean não acreditando em tamanha bondade vai para longe mas antes comete outro crime sendo assim procurado pela polícia. Anos se passam até ele voltar a história e enquanto isso nos é apresentado Fantine. 

Sua história é inteiramente triste como a de Jean Valjean e seus caminhos se cruzam, quando ela que já tinha deixado sua filhinha para trás, foi presa por ter batido em um homem que a humilhou publicamente. Como ele era bem apessoado e Fantine já não tinha boa fama, recaiu sobre ela toda a culpa. 

Mas Jean Valjean que naqueles tempos usava outro nome, viu tudo e saiu em defesa da mulher, ouvindo sua história e a acolhendo como sua responsabilidade. Assim fica de trazer sua filha Cosette para junto dela, que já estava muito doente e não tinha muito tempo de vida. 

Mas nada na vida de Jean Valjean era fácil. Por mais que ele tinha dinheiro, quando ficou-se sabendo de seu passado, nada daquilo que ele havia feito de bom foi lembrado na hora de julgá-lo, sendo assim, foi condenado mais uma vez... 

Mas ele tinha uma promessa a cumprir, então, fugiu mais uma vez, mas teve sempre em seu encalço, o destemido inspetor Javert que jamais desistiu de prender Jean Valjean. 

Minhas DIVAGAÇÕES COM SPOILER 

Depois que Fantine morreu, Jean Valjean se sentiu culpado talvez porque se não tivesse perdido tempo indo para o lado contrário de Cosette e se entregado, talvez tivesse conseguido juntar mãe e filha novamente. 

Mas como depois se mostrou como eram ordinários os Thénardier, acredito que no fim Jean teria dificuldade e seria extorquido de qualquer forma. 

O que Cosette passou nas mãos dos Thénardier foi odioso e horrendo. E esse casal continua aparecendo na história e causando mal aos outros sempre que podem. 

O lado cansativo do livro, pelo menos para mim, foi que toda vez que acontecia algo tenso ou memorável com Jean, começa histórias de outras pessoas, que pelo menos teria um encontro com Jean ou alguém do seu círculo. Warteloo ainda foi interessante, mas o capítulo sobre as gírias eu quase dormi hahaha 

Eu tiraria uma boa parte da história que ainda ficaria compreensível, mas acho que a graça de tudo é realmente toda a história. 

Depois que Jean Valjean conseguiu encontrar Cosette, este a adotou como filha e a criou longe dos perigos da sociedade incluindo sua verdadeira identidade. 

Mas conforme a jovem foi crescendo e adquirindo fisionomia saudável e bela, um dia um jovem se apaixonou por ela assim que a viu. Este jovem era Marius. Ele tinha seus próprios problemas pessoais que obviamente foram explorados no livro até chegarmos a resolução final. 

Jean Valjean consegue juntar Marius e Cosette e depois de casados ele conta toda a verdade para Marius. Confesso que nunca senti verdadeiro apreço à ele e também compreendo que mesmo nos dias atuais, quando falamos de ex presidiários sentimos um certo preconceito, mas creio que como leitores que acompanhou toda a jornada de Jean, pelo menos eu, odiei a atitude e os sentimentos de Marius. Mas acho que se não soubéssemos tudo o que Jean fez de bom, quem garante que sentiríamos empatia por ele? 

O lado bom é que nada escapa à Vitor Hugo e nenhum detalhe é em vão. Ainda bem que sem querer o Thénardier acabou iluminando Marius que no fim soube a verdade. Mas confesso que chorei nesse momento, porque esperava mas não queria isso para Jean. 

No fim, não querendo mas devo admitir, foi um dos melhores livros que li na vida. Mesmo que tenha demorado quase 4 meses para terminá-lo, mesmo que algumas partes foram entediantes,  o trajeto, os feitos e o final de Jean Valjean valeram a pena. Não o final dele, mas do livro. Adoro quando não existe pontas soltas e cada detalhe tem significado importante no futuro. 

Acho que de todos, Jean Valjean foi realmente o mais miserável.... foi uma leitura desafiadora e terminei satisfeita até. Mas se um dia leria novamente?  Acho que não...

Enfim, Minha nota de satisfação pessoal 10/10