Dica de Destaque

Talvez você deva conversar com alguém: uma terapeuta, o terapeuta dela e a vida de todos nós- Divagando Sempre

 Ano da primeira publicação 2019

Páginas 448

Autor/a Lori Gottlieb



Sinopse 

De modo geral, buscamos a ajuda de um terapeuta para melhor compreender as angústias, os medos, a culpa ou quaisquer outros sentimentos que nos causam desconforto e sofrimento. Mas quantos de nós já paramos para perguntar: o terapeuta está imune à gama de questões que ele auxilia seus pacientes a dirimir e superar, dia após dia? A autora best-seller e terapeuta Lori Gottlieb nos mostra que a resposta a essa pergunta traz revelações surpreendentes. Quando ela se vê emocionalmente incapaz de gerenciar uma situação que perturba sua vida, uma amiga lhe faz uma sugestão: talvez você deva conversar com alguém. Combinando histórias reunidas a partir de sua rica trajetória como terapeuta (distribuídas entre quatro personagens inesquecíveis) à sua própria experiência como paciente, Lori nos oferece um relato afetuoso, leve e comovente sobre a universalidade de nossas perguntas e ansiedades, e joga luz sobre o que há de mais misterioso em nós, afirmando nossa capacidade de mudar nossas vidas. Uma jornada emocionante de autodescoberta, uma homenagem à natureza humana e um lembrete sobre a importância de sermos ouvidos, mas também de sabermos ouvir. Um livro sobre a importância dos encontros, dos afetos e da coragem de todos os que partimos para a aventura do autoconhecimento.


DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Uau, eu definitivamente não sabia o que esperar desse livro. Quando se trata de doenças como depressão e ansiedade, depois que li Mentes ansiosas e O demônio do meio-dia, não esperava que leria outro livro com o mesmo tema. 

Embora em Talvez você deva conversar com alguém tenha sido uma experiência totalmente diferente. Não me senti entediada, chocada ou no fim das contas deprimida. Me senti próxima e compreendida. Estranho não?

Lori é uma terapeuta que durante o dia atende inúmeras personalidades sofrendo inúmeros casos diferentes. Mas o que jamais passou pela sua cabeça, foi que um dia, ela seria a paciente. 

Quando seu namorado termina o relacionamento depois de confessar que não se via vivendo com uma criança nos próximos 10 anos ( Lori tinha um filho pequeno) ela não sabe como lidar com essa nova realidade. Então, por indicação de uma amiga, acaba fazendo terapia. 

Lori conta suas experiências com Wendel, seu terapeuta e como terapeuta de 4 pacientes distintos mas com histórias marcantes. 

Quando vemos alguns profissionais de saúde, as vezes nem nos passa pela cabeça, que eles também têm seus problemas pessoais, tanto física ou mental. No caso de psicólogos, você imaginaria um fazendo o mesmo tipo de terapia que você?

Tenho certeza que John, um de seus pacientes, não a veria mais se soubesse que no fim, ela também fazia terapia. Apesar que o que a fez procurar um seja algo natural de acontecer as pessoas, achei que ela, mais do que ninguém, daria conta do recado. Eu achei que ela procuraria um por não aguentar ou não saber como orientar seus pacientes... 

Mas não a julgo, quando estamos acostumados ao relacionamento e achamos que está tudo bem e que durará para sempre e repentinamente o companheiro quer terminar, é chocante e desorientador.  Ainda mais no caso dela, onde momentos antes compravam entradas para ver um filme juntos. 

Um dia, eu já quis ser psicóloga, mas fui desencorajada por pessoas que diziam que eu não era capaz de resolver meus próprios problemas, o que dirá dos outros. No fim das contas, não era para ser mesmo, porque jamais teria paciência como a Lori, com pacientes como John.

A escrita é simples, graças a Deus não foi um receituário com remédios de nomes complicados, a vida de ninguém foi um conto de fadas mas não me deixou deprimida. Muito pelo contrário, foi emocionante e meus olhos se encheram de água várias vezes. 

A diferença de fazer terapia e ir ao psiquiatra, é que na terapia o paciente fala, ou não, tudo o que está sentindo ou seus problemas e a terapeuta apenas conversa com você. Não receita remédios que mesmo que melhorem um lado, afeta outro prejudicando o dia a dia da pessoa. 

Na terapia com Lori, tivemos pacientes diferentes com motivos diferentes que os fizeram procurar ajuda. No entanto, ou não eram demasiados desesperadoras ou Lori escreveu de uma forma leve que não acabasse deprimindo quem estava lendo. 

Eu nunca fiz terapia, então não faço ideia de como seja, mas lendo as experiências de Lori, é como se eu estivesse no consultório com eles... não é preciso que nossos problemas sejam os mesmos que os deles, as palavras de incentivo e compreensão serve para qualquer caso. 

Apesar do John ter sido o paciente mais insuportável, sua história e o porque agia assim, foi bem mais chocante do que apenas pensar que ele era idiota. As outras histórias também foram marcantes, algumas de forma triste e outras esperançosas. 

Super recomendo. 

Minha nota de satisfação pessoal 10/10

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