Ano de lançamento 1991
Duração 1h 58m
Direção Isao Takahata
Trailer
DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA
Taeko, agora com 27 anos, ainda solteira, viaja para Yamagata, visitar a família do marido de sua irmã, onde ajudará com a colheita de açafrão. Durante esse período ela conhece Toshio, um jovem animado, que ajuda nos trabalhos no campo e desperta um certo interesse nela.
Enquanto viajava para o local, lembranças de seus 10 anos tomam conta de sua mente e algumas vezes ela divide essas lembranças com o próprio Toshio. Apesar das limitações impostas por uma educação rigorosa dos anos 60, ela cresceu independente e tomando suas próprias decisões.
Minhas divagações finais
Mais um título que estava mofando na minha lista e decidi finalmente dar uma conferida. Essas obras antes dos anos 2000, são extremamente maravilhosas. Mais uma vez fui surpreendida por algo que eu não dava nada.
A história vai intercalando entre o passado e o presente de Taeko. São várias situações vividas nos seus 10 anos desde o primeiro garoto que gostava dela, menstruação, sendo privada de escolher a carreira artística e por aí vai...
Algumas lições do passado parecem duras demais, mas felizmente a ajudaram a tomar decisões importantes em sua vida. Seu pai, era extremamente rigoroso, típico dos anos 60, onde o homem da casa tinha sempre a última palavra e por isso, por mais que a mãe de Taeko quisesse apoiá-la, o marido sempre tomava as decisões, sendo assim, ela teve que desistir de várias coisas, até crescer e seguir seu próprio caminho.
Inicialmente pensei que o pai fosse diferente e na verdade mimava a filha caçula, mas depois de uma birra que Taeko fez que lhe custou um tapa no rosto, uau... vi que as coisas eram completamente diferentes. Sempre odiei agressões físicas, ainda mais em crianças, não acho que ela mereceu o tapa, felizmente ela cresceu sem remorsos por isso e ainda compreendia o lado do pai... admiro essa maturidade...
Não diz e nem mostrou a família de Taeko depois que ela cresceu. Tirando o início quando ela conversa por telefone com a irmã e a mãe, depois o foco é em seu passado de criança e seu presente colhendo açafrão e convivendo com a família que lhe acolheu, incluindo Toshio. Achei bonito como os sentimentos dos dois foi crescendo e como Taeko finalmente cedeu à eles. Juro que pensei que o final fosse ela partindo. Na verdade pensei que fosse aqueles clichês de doramas onde o casal se separa e depois de algum tempo se reencontram.
Se o final tivesse sido diferente, eu não teria gostado. Achei muito realista sua infância. Tantas pessoas passam em nossa vida e depois nunca mais sabemos delas. O que aconteceu com aquelas amigas? Aqueles garotos? Onde estão? Como estão? Sempre tem alguém em que nos perguntamos para onde foi. Taeko sempre quis sair da cidade grande para o interior, tanto que até tinha uma lembrança de quando todos saíram de férias para o interior e ela passou semanas sozinha, porque sua experiência com a avó em uma casa de banho a fez retornar mais cedo.
Verdade seja dita, algumas lembranças a fizeram escolher novos caminhos e ser uma pessoa totalmente diferente daquela Taeko de 10 anos. E fiquei muito agradecida quando ela teve um final merecido.
Os traços do desenho são diferentes, principalmente nas expressões faciais, inicialmente não estando acostumada, achei bem estranho, pois tinha hora que Taeko parecia muito velha. Mas esse diferencial foi interessante e o tema bem reflexivo.
Recomendo.
Nota 10/10
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