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[Resenha] A redoma de vidro ( leitura clássica imperdível) - Divagando Sempre

 




Sinopse

 Lançado semanas antes da morte de Sylvia, o livro é repleto de referências autobiográficas, e a narrativa é inspirada nos acontecimentos do verão de 1952, quando Sylvia Plath tentou o suicídio e foi internada em uma clínica psiquiátrica.

Esther Greenwood é uma jovem que sai do subúrbio de Boston para trabalhar em uma prestigiosa revista de moda em Nova York. Assim como a protagonista, a autora foi uma estudante com um histórico exemplar que sofreu uma grave depressão. Muitas questões de Esther retratam as preocupações de uma geração pré-revolução sexual, em que as mulheres ainda precisavam escolher se priorizavam a profissão ou a família.

Além da elegância da prosa de Plath, o livro extrai sua força da forma corajosa como trata a depressão. Mais que um relato sobre problemas mentais, A redoma de vidro é uma narrativa singular acerca das dores do amadurecimento.


Minha análise e impressões pessoais 

Inicialmente minha curiosidade acerca desse livro foi tê-lo visto em um filme onde a protagonista o estava lendo. Não imaginava que tivesse tanta profundidade. 

Esther aparentemente é uma jovem estudante cheia de sonhos, mas de repente vai perdendo o brilho e o interesse pelas coisas. Achei muito ridículo uma consulta ao psiquiatra terminar daquela forma. Você simplesmente sai da sala do jeito que entrou, sem ideia do que lhe atormenta e até a próxima sessão, muita coisa pode acontecer. E que tratamento de choque era aquele? Claro que não podemos esquecer que aqueles tempos eram outros. 

Sylvia escreveu nos anos 50, a depressão não era vista seriamente como nos dias de hoje. E a forma como ela escreveu o livro, a escrita dela é simples mas intensa. De repente você vai decaindo com a Esther, os medos dela se tornam seus, suas paranoias, seus pensamentos... difícil descrever o que senti com a leitura. Confesso que senti medo do que poderia encontrar e um certo alívio que não foi do jeito que pensei. Triste em saber que fim levou a autora, quando se sabe desde o início, a escrita passa a ter um peso meio melancólico. 

Acho difícil dar uma opinião sobre um assunto tão delicado. A depressão é algo extremamente assustador, e nos casos como da Esther/Sylvia, nos sentimos impotentes sem saber como ajudar. Sylvia descreveu de uma forma como se fôssemos nós ali passando por aquilo. Eu não entendia o aviso das pessoas sobre os gatilhos, mas realmente, se está passando por momentos difíceis, tenha cuidado com a leitura. Não sou muito influenciável mas senti um peso enorme conforme fui lendo. Recomendo mais para pessoas que tem curiosidade sobre a depressão ou algum conhecido vivendo esse momento. É sempre difícil para quem está do lado e vê o brilho da pessoa desaparecendo pouco a pouco e você não consegue trazer de volta... como a médica da Esther disse, nem mesmo eles, os profissionais, podem impedir o suicídio dos pacientes... 

Minha nota de satisfação pessoal, embora triste, 10/10

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