[Review] O que Jennifer fez? ( documentário ) - Divagando Sempre

 

Ano de lançamento 2024

Duração 1h 24m

Trailer 

DIVAGAÇÕES APRESENTANDO A HISTÓRIA 

Jennifer Pan liga para a polícia para relatar uma invasão em sua casa. Sua mãe acaba falecendo e seu pai gravemente ferido. Foram dias de interrogatório e três depoimentos até descobrirem a verdade. 

No primeiro interrogatório, Jennifer está visivelmente abalada e conta o que aconteceu naquela noite. Após o jantar e depois de sua mãe chegar, ela sobe para seu quarto quando ouve barulhos na casa. Segundo ela, três invasores prendem seus pais e a levam para o andar  superior. Ela fica amarrada e sua mãe leva tiros enquanto pede para que não façam nada com a filha. Enquanto tentam matar o pai, ela consegue ligar para a polícia e pedir ajuda. Seu pai fica gravemente ferido e em coma por alguns dias. 

Os investigadores descobrem um ex namorado envolvido com o tráfego de drogas e a questionam sobre não ter mencionado ele antes. Como já haviam terminado uns dois anos atrás, ela não achou que o caso tivesse algo a ver. No entanto, alguns pontos vão aparecendo como o fato dos pais não aprovarem o relacionamento dos dois e ela ter sido intimada a escolher entre eles ou o rapaz. Ela decide ficar com a família. 

No entanto, outras informações vão aparecendo como o fato dela ter mentido para os pais que fez faculdade, chegando a falsificar bilhetes ou diplomas mostrando que estava estudando. Diante de uma mentira desse porte, os investigadores passam a se questionar até que ponto dos depoimentos ela está contando a verdade. 

Mas a pergunta que não quer calar é: se ela estava presa, como conseguiu ligar para a polícia? A fizeram mostrar como estava presa e como conseguiu fazer a ligação. No entanto, várias coisas pareciam inconsistentes. Primeiro, não houve arrombamento na casa. Se fosse roubo o motivo da invasão, várias coisas de valor haviam sido deixadas para trás. Depois foi o modo como ela contou sobre como fez a ligação e por último, qual o motivo de terem matado a mãe, ferido o pai e deixado somente ela viva?

Só por isso imediatamente já suspeitaria dela. Primeiro depoimento toda vítima se mostra transtornada ou traumatizada, mas conforme a investigação vai seguindo, sempre tem uma falha que aparece em algum momento ou o suspeito deixa algo escapar que acaba se tornado algo controverso com o que foi declarado no início. Embora, ela tenha tentado criar outra história em cima do que realmente aconteceu, a verdade sempre vem a tona. 

Minhas divagações finais 

Eu já falei sempre que vejo um, que amo documentários né. E os criminais são sempre interessantes pela natureza do crime, o tipo de pessoa que o cometeu, seus motivos e principalmente o lugar no mundo ou que tipo de cultura a pessoa tinha. 

Jennifer estava tão apaixonada pelo ex, mas não via problema dele ser traficante e não entendia porque seus pais não aprovavam o relacionamento. Eu entendo a preocupação deles, mas fazer a menina escolher entre eles ou o rapaz, ou proibí-la de simplesmente manter contato com ele, é o mesmo que incentivar a ficar com ele. Sem uma conversa, sem expor o que poderia acontecer ou as consequências dessa união, ela só ia achar que os pais achavam que tinham o direito de controlar sua vida e ela ficaria revoltada acabando fazendo algo errado. 

Acho que o mais absurdo de sua história, foi dizer que havia contratado os homens para invadirem sua casa e matá-la. Como o alvo poderia ter dado tão errado a ponto da mãe morrer e o pai ficar ferido? E se ela não aguentava mais, morrer sozinha não era tão difícil a ponto de organizar tudo isso. 

O ser humano é tão incrível nas desculpas quando se trata de homicídio. Jennifer pelo menos ainda demonstrou certo sentimento em seus depoimentos, ao contrário da Richthofen que matou os pais. A diferença é que ela estava a frente da operação. Jennifer pode ter se arrependido na hora do ato ou não, mas o certo é que fez tudo isso porque ainda gostava do ex namorado e tinha planos de ficar com ele. 

Eu gosto do início dos depoimentos, pois os culpados enganam muito bem, nos fazendo acreditar que eram inocentes. Até sentimos empatia por eles. Mas quando a verdade surge e nos vemos enganados, percebemos o nível de maldade nessas pessoas. A frieza em relatar os acontecimentos, as vezes as lágrimas derramadas mostrando trauma, medo e ansiedade. Eu acho válido chamar a testemunha para depor mais de uma vez. As vezes elas esquecem o que disseram na primeira vez e novas informações vão surgindo. 

 Os pais de Jennifer, viviam no Canadá a 30 anos, seus vizinhos diziam que o casal era hospitaleiro e ficaram amedrontados com o crime. Mas ainda não imaginavam que Jennifer estava por trás disso. Ela sofria por seus pais serem rigorosos demais, tudo bem, as vezes os pais tendem a ser assim. Mas sendo maior de idade, não seria mais fácil ela sair de casa? Quem quer a independência luta por ela. Então, ao meu ver, ela esperava receber algum dinheiro com isso, mas planejou algo muito amador, porque como eu disse antes, tirar a própria vida não precisa todo esse trabalho. Então é óbvio que o alvo era os pais. 

Eu, particularmente achei que o documentário foi bem fraquinho. Se pesquisar mais sobre o caso na Internet ou até mesmo vídeos de outras pessoas que se interessam por esse assunto, eles tem mais detalhes e explicações melhores. Ou seja, faz mais sentido que o próprio documentário. É o mesmo caso do Curry com cianeto. Deixaram alguns pontos de fora. Igual, o ex namorado da Jennifer no início deu seu depoimento, mas depois que o caso virou, o que aconteceu com ele? 

Mas enfim, acho que esses documentários visam focar mais no tema, que foi o crime, que inicialmente acreditava-se ter sido um assalto. Depois, vira o caso e vemos quem Jennifer realmente é. Minha conclusão é o que falei antes, ela tinha outros caminhos para sair de casa e não depender dos pais. Mas ela preferiu escolher o pior. Pois agora perdeu os pais, está presa e não vai ficar com o ex...

Nota 7/10