Dica de Destaque

O leitor do trem das 6h27 - Divagando Sempre



Guylain ao pegar o trem todos os dias as 6 e 27 para ir trabalhar, nos 20 minutos de viagem, ele lê em voz alta páginas avulsas que pega de livros de seu trabalho, sentando no mesmo banco retrátil alaranjado todas as manhãs. Mas na volta, ele não tem forças para isso. 

A Coisa, como chama a máquina em que trabalha, é extremamente perigosa e um amigo já se acidentou ali, mas ainda é onde Guylain consegue suas preciosas páginas. 

Após o acidente de Giuseppe, que acabou perdendo as pernas, Guylain parte em uma missão para manter o amigo interessado em viver, em uma busca frenética por suas pernas. 

Além disso, um dia, duas senhorinhas se aproximam dele lhe fazendo um pedido inusitado, se ele poderia ir a casa delas ler para elas. 

E ainda uma mudança acontece em suas leituras matinais  quando ele encontra um pendrive com textos interessantes que ele passa a ler no trem. E acaba obcecado por querer encontrar a pessoa que os escreveu. 



Confesso que havia imaginado uma história completamente diferente da que me foi apresentada. Primeiro nem havia reparado que o autor era francês, então infelizmente o nome do nosso protagonista não fez sentido no trocadilho inicial do livro, quando é assim, ficamos sem graça diante da tradução sem nexo. 

Mas, Guylain é um personagem deveras interessante. Primeiro achei que sofresse de algum problema hahaha mas ele é apenas metódico e gosta de ler no trem. 

A escrita é bem diferente então não é tão fluida como gostaria. E não sei porque, esse ambiente em que Guylain vive me faz lembrar de 1984 de George Orwell. Não sei explicar porque.

O trabalho de Guylain com certeza é de partir o coração principalmente de amantes de livros e completamente perigoso, uma vez que seu amigo perdeu as pernas ali. 

As senhorinhas que pediram para ele ler para elas foi muito fofo, porque a intenção dele nem era agradar tanto assim as pessoas, mas ficou devidamente satisfeito por suas leituras terem causado algum efeito positivo nas pessoas. 

E o vigia do trabalho dele que falava em versos Alexandrino? Nem tenho comentários para ele hahaha 

Mas o ápice mesmo foi eu ter pensado que o livro todo seria apenas isso, seu cotidiano entre ler no trem, seu trabalho e as visitas a Giuseppe. Encontrar o pen drive e sua busca pela autora dos textos foi maravilhoso. Achei que ele seria uma daquelas pessoas que vivem no piloto automático, gostei muito dessa personalidade dele. 

Apesar de ser um livro curtinho, tem bastante conteúdo. 

Minha nota de satisfação pessoal 10/10.

Comentários