Dica de Destaque

[Resenha] A prisioneira do tempo

 




Elodie trabalha para os arquivos da Stratton, Cadwell e CO. e em mais um dia de trabalho rotineiro, ela encontra uma caixa esquecida por anos contendo uma bolsa de couro e dentro um caderno com alguns esboços e com uma foto de uma mulher dentro. Seu trabalho é catalogar e descobrir coisas sobre o que encontrou. 

Elodie está para se casar, então juntando isso mais o mistério da caixa, ela passa a pensar muito na mãe falecida quando era criança, mas ao olhar com atenção para o caderno, de repente ela se lembra de uma história que sua mãe lhe contava, onde a descrição de uma casa parecia idêntica ao do caderno. Isso a deixa muito mais curiosa. 

A mãe de Elodie era uma talentosa violinista que faleceu em um acidente de carro quando ela era criança. Com as preparações para o casamento, sua futura sogra achou que seria uma bela homenagem se Elodie entrasse na cerimônia ao som de sua mãe tocando violino. Inicialmente ela havia concordando pensando ser uma boa ideia, mas depois de ver algumas gravações, ela entendeu o que sua melhor amiga Pippa queria dizer por não concordar plenamente com essa ideia. 

Se não bastasse toda essa pressão sobre o casamento, Elodie começa a descobrir coisas sobre a foto da mulher que encontrou e a casa das histórias de sua mãe. Que ligação tudo isso tem com ela e sua família? Ela passa a acreditar que não foi por acaso que ela encontrou a caixa com a bolsa.


Verdade seja dita, demorei uns capítulos aí para entender a história de Elodie e da mulher da foto. Eu achava que o relato da vida daquela criança com a Sra. Mack e a amizade com a Lily Millington era da Elodie após perder sua mãe. Fiquei muito confusa nessa parte. Mas quando ela descobriu que a mulher na foto usava o nome Lily Millington, foi que entendi que era outra história hahaha

Lily foi um mistério porque o tempo todo, em sua parte narrativa, não foi esclarecido quem ela era, o que me deixou muito confusa de início. Depois veio o relato de Ada Lovegrove que foi parar na escola para moças da Srta. Radcliffe. Essa parte da Ada, achei extremamente triste, pois com 8 anos ela foi praticamente enganada e deixada nessa escola em Birchwood Manor, a casa que interliga todas as mulheres da história, começando pela falsa Lily. Passei muita raiva com as meninas que perseguiram Ada. É,  eu sei, quantos anos eu tenho? Mas, sempre vai existir pessoas como essas meninas que a perseguiam.

Eu geralmente gosto quando existem vários personagens, mas no caso aqui, cada um tem sua história e é muito lento como vão se desenvolvendo. Até você sentir gosto pela leitura, são picos que sobem e descem de satisfação. E são nos momentos que descem que me sinto desanimada a continuar. O lado bom de jamais largar uma leitura pela metade, é que mesmo sendo ruim ou não, eu pelo menos termino a leitura e posso ter certeza do final. Muitas vezes seria bom ter abandonado mesmo, mas quem sabe o final pode surpreender não é verdade? 

O trabalho da Elodie é bem interessante. Eu gosto de saber as histórias de coisas antigas encontradas, eu tenho uma certa admiração por casas abandonadas também, fico imaginando porque foi abandonada, quem morou ali, qual a história da casa e quais seus fantasmas?

Bom, até a metade do livro apareceu Leonard que estava pesquisando sobre a história de Edward Radcliffe, o misterioso pintor da "Lilly". Ele conhece Lucy, sua irmã mais nova, que já está em uma idade avançada e lhe conta a sua versão da história do que aconteceu naquele verão onde várias histórias e teorias surgiram sobre Edward,  sua noiva e Lilly. 

Lilly passa a narrar como conheceu Edward, como virou sua modelo e como acabou se apaixonando por ele. Sua vida com a Sra. Mack e o abandono do pai eram extremamente tristes. A Sra. Mack ensinou Lilly a ser uma ladra e a usou para benefício próprio. Que tipo de pai larga sua filha em um lugar desses? Minha maior curiosidade era o que tinha acontecido com o pai dela para deixá-la naquele lugar e no final foi bem triste a razão. Na verdade já era de se desconfiar.  

E a Elodie que acabou indo até Birchwood Manor e conheceu Jack? Confesso que achei ele bem mais interessante do que o noivo dela, que parecia um homem mimado que fazia tudo o que a mãe queria. E estava meio implícito que a Elodie não o amava de verdade. Só não gostei muito que ela não perguntou logo de cara sobre a foto de sua mãe que ela encontrou, seu tio avô ainda lhe  disse para falar com seu pai, que ele poderia surpreendê-la, mas não, ela tinha que ser teimosa e tentar descobrir sozinha. 

Achei extremamente triste que a Lilly viveu anos presa na casa observando as pessoas que passavam por ali, muitas com ligação ao seu passado e vivendo naquelas memórias que parecia um mistério. E fiquei mega curiosa sobre sua verdadeira identidade. 

Fiquei chocada com quem era o tio avô de Elodie e emocionada com o que aconteceu com o Joe pálido. Mas achei tudo muito longo e cansativo para chegar nos finalmente. 

A parte final onde finalmente é relatado o que realmente aconteceu no verão de 1862, foi muito cansativo. Muitos pormenores poderiam ter sido evitados. E para mim, tudo não passou de um assalto mal planejado culminando em tragédia. Na verdade acho que não precisava de tantos rodeios e nem séculos para ser revelado a verdadeira história de Lily. E decididamente odiei a noiva do Edward, Fanny. Eu, sei, ela era a noiva, a Lily praticamente era a outra, quem seria a vítima? Mas Fanny era insuportável de chata, não tem como ficar do lado dela. No fim ninguém conseguiu o que queria e por séculos Lilly foi difamada. 

Foi tanta ladainha,  tanta enrolação para um final... decepcionante. Elodie não conversou com o pai, não ficou claro se ela cancelou o casamento, o triste fim de Lilly foi esclarecido, mas não me foi tão satisfatório. A história em si, não nego, foi fenomenal, mas a longa jornada para chegar até aqui... Não compensa todo esse trabalho...

Enfim, minha nota de satisfação pessoal 5/10.

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