Um milhão de finais felizes - Divagando Sempre

 

Ano da primeira publicação 2018

Páginas 353

Autor/a Vitor Martins

Sinopse 

Jonas não sabe muito bem o que fazer da vida. Entre suas leituras e ideias para livros anotadas em um caderninho de bolso, ele precisa dar conta de seus turnos no Rocket Café e ainda lidar com o conservadorismo de seus pais. Sua mãe alimenta a esperança de que ele volte a frequentar a igreja, e seu pai não faz muito por ele além de trazer problemas.

Mas é quando conhece Arthur, um belo garoto de barba ruiva, que Jonas passa a questionar por quanto tempo conseguirá viver sob as expectativas de seus pais, fingindo ser uma pessoa diferente de quem é de verdade. Buscando conforto em seus amigos (e na sua história sobre dois piratas bonitões que se parecem muito com ele e Arthur), Jonas entenderá o verdadeiro significado de família e amizade, e descobrirá o poder de uma boa história.

DIVAGAÇÕES, ANÁLISES E IMPRESSÕES PESSOAIS 

Olha eu aqui novamente completamente apaixonada por mais um livro do Vitor Martins.  

Que poder é esse que ele tem de escrever histórias tão cativantes?  Mas vamos lá. 

Jonas é um rapaz que após terminar o ensino médio, resolveu trabalhar já que sua família não tinha condições para pagar uma faculdade. Seu relacionamento familiar não é das melhores. Sua mãe é uma devota religiosa e seu pai um beberrão grosso e egoísta. 

Mas trabalhar faz com que além de Jonas ter dinheiro ainda passa o dia longe de casa. Isso porque ele ainda nem contou para os pais que é gay. 

Ele tem dois melhores amigos, Isadora e Danilo. E acabou fazendo mais uma no trabalho, Karina. 

Jonas gostaria de ser escritor, mas nem sempre suas ideias são boas, até que um dia, conheceu um cliente que despertou seu interesse. O cara acabou sendo sua inspiração para um livro, que provisoriamente intitulou de Piratas Gays. 

Mas Jonas nem imaginava que viria a conhecer seu pirata barba ruiva e ter um relacionamento com ele.

O melhor de tudo na escrita de Vítor é como ele nos introduz na história, sentimos o mesmo que os personagens e em um único livro, nós rimos, choramos, nos apaixonamos, é tudo muito incrível. 

E tudo o que acontece é possível que alguma vez já tenhamos passado por tal situação. Só acho que a parte do pai do Jonas foi de passar muita raiva. O menino já trabalha, não é como se ele ficasse o dia todo em casa sem fazer nada e o cara ainda o fazia pagar por coisas que Jonas nem usava e ainda tinha que ouvir cada coisa. Eu acho que alguns pais abusam da autoridade paterna e se acham superiores. Ainda que o pai de Jonas era um inútil. 

E eu entendo como uma amizade igual a de Jonas e Isadora acabe ficando estranha. Existem vários fatores quando entramos na vida adulta. Estudos ou trabalho, conhecendo outras pessoas, no fim, se não souberem manter contato, acabam se afastando. Sei que Jonas tentou, mas achei a Isadora muito egoísta, afinal ela tinha outras amigas e outra vida na faculdade, o Jonas não ia ficar sozinho esperando sempre por ela né. Ela  deveria ficar no mínimo feliz por ele. Enfim, ela foi a personagem que mais odiei, depois do pai do Jonas.  

Vitor tem aquele poder de nos fazer participar da história. Terminei o livro sentindo que conheço cada um deles e sentindo a falta deles no final. Queria muito ter amigos como os deles, especialmente como a Karina. 

A única coisa triste mesmo foi a família dele não conseguir aceitá-lo. Acho que a mãe ainda dá para entender, por ser religiosa devota e se sentir dividida entre ser mãe e em sua crença. Mas o pai dele? Minha nossa, que ignorante. 

Mas esse livro foi muito apaixonante, as coisas que Jonas viveu, aprendeu, o tornaram esse excelente ser humano, que não é perfeito mas é maravilhoso.  E sua história sobre os piratas Gays foi muito boa. 

Escrever não é fácil, receber críticas negativas pior ainda. Então fico extremamente feliz quando encontro um livro extremamente satisfatório.  

Minha nota de satisfação pessoal 10/10